25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1216-1


Área: Microbiologia de Alimentos ( Divisão K )

MICROBIOTA FÚNGICA EM CASTANHAS-DO-BRASIL, COLETADAS A CAMPO

Arianne Costa Baquião Baquião (ICB/USP); Ednei Assunção Antunes Coelho Coelho (ICB/USP); Cintia Moreira Marciliano da Costa Costa (ICB/USP); Sergio Vergueiro Vergueiro (A A); Benedito Correa Correa (ICB/USP)

Resumo

A castanheira (Bertholletia excelsa) é planta nativa e originária da Amazônia; seu fruto, ouriço, apresenta forma circular, com até 25 sementes de casca dura, que envolvem amêndoa, castanha-do-brasil. Em 2005 o Brasil produziu 30.555 t de castanha-do-brasil, destinadas 92% a exportação. Dadas condições climáticas brasileiras, as castanhas podem sofrer injúrias e contaminação por fungos, acumulando micotoxinas e levando a rejeição de lotes.

Foi proposto no presente estudo análise da microbiota fúngica do ouriço, casca e amêndoa de castanha-do-brasil coletadas a campo na Agropecuária Aruanã, em Itacoatiara, Manaus, em fevereiro de 2008. As amostras foram isoladas até a diluição 10-4 em AFPA e PDA, incubadas a 25ºC por até 7 dias, sendo realizada contagem de colônias em 104 UFC/grama de amostra. Nas amostras de ouriço: Penicillium spp. (225), Trichoderma spp. (185), Fusarium spp. (122), Neurospora spp. (25),  Humicula spp. (40), FNE (22), Aspergillus spp. (863) e  Eurotium amstelodami (10). Em casca: Penicillium spp. (142), Trichoderma spp. (4), Fusarium spp. (1047), Neurospora spp. (65),  FNE (92), Cladosporium spp. (0,05), Mucor spp. (4), Rhizomucor spp. (2), Alternaria spp. (0,5) e Aspergillus spp (281). E em castanha: Penicillium spp. (214), Trichoderma spp. (8), Fusarium spp. (61), Neurospora spp. (29),  FNE (54), Mucor spp. (3), Geotrichum spp. (5), Tricothecium spp (1,5), Paecilomyces spp. (6) e Aspergillus spp. (593). A identificação das espécies de Aspergillus spp. está em andamento. Estudos atuais sobre micoflora em castanha-do-brasil têm utilizado amostras de varejo, e ainda permanece obscura a origem da contaminação fúngica. Estudos sugerem que esta contaminação possa acontecer a campo. Nossos resultados concordam com a literatura cientifica atual, que detectaram maior incidência de cepas de Aspergillus spp. em amostras de castanha-do-brasil, frente aos demais fungos, demonstrando ser este um substrato favorável a contaminação por estas espécies e posterior contaminação por micotoxinas.

 

Agradecimentos: Fapesp


Palavras-chave:  Aspergillus, Castanha-do-brasil, Fungos, Microbiota