CARACTERIZAÇÃO DAS ESPÉCIES DE CRYPTOCOCCUS ISOLADAS DE PACIENTES HIV POSITIVO E HIV NEGATIVO EM CAMPO GRANDE - MS
Chrystiane Rodrigues Pasa (PPG-SDRCO/UFMS); Marilene Rodrigues Chang (UFMS); Mariê dos Santos Gomes (PPG-DIP/UFMS); Anamaria Mello Miranda Paniago (NHU/UFMS); Maína de Oliveira Nunes (NHU/UFMS); Ágata Nogueira D'áuria Moura (UFMS)
Resumo
Introdução:
Criptococose é micose sistêmica causada por levedura do complexo Cryptococcus
neoformans. Doença de característica oportunista acomete principalmente
pacientes imunodeprimidos e no uso de drogas imunossupressoras. Apresenta foco
primário pulmonar e focos secundários para pele, ossos, rins, supra-renal entre
outros sítios. As espécies C. neoformans e C. gattii apresentam diferenças
bioquímicas, antigênicas e epidemiológicas. O objetivo deste estudo foi
determinar as espécies de Cryptococcus responsáveis pelos casos de criptococose
em pacientes atendidos no Hospital Universitário da Universidade Federal de
Mato Grosso do Sul (HU-UFMS). Materiais e Métodos: Foram incluídos os casos com culturas positivas de materiais
biológicos diversos isolados no período de janeiro de 1998 a julho de 2009. Dados
demográficos e clínicos foram obtidos de prontuários médicos. As leveduras
foram identificadas por meio de provas bioquímicas e a diferenciação das
espécies por meio do teste de canavanina-glicina-azul de bromotimol (CGB). Resultados: Foram isoladas 229 Cryptococcus de 123
pacientes. A idade destes variou de 10 a 92 anos, com maior frequência entre 31
a 40 anos (43,1%). Houve predomínio no sexo masculino (71,54%). Meningoencefalite
foi a manifestação clínica mais freqüente e co-infecção com HIV em 69,1% (85)
dos casos. Quanto à espécie, 88,6% (109) eram C. neoformans e 11,4% (14) C.
gattii. Entre os HIV positivos 7,1% eram C. gattii e 92,9% C. neoformans. Discussão: Em relação à idade, no grupo de casos
associados ao HIV houve predomínio da 3ª e 4ª décadas concordante com outros
estudos e que coincide com a faixa etária em que o HIV é mais prevalente O
predomínio de C. neoformans em nosso estudo foi similar ao encontrado por
outros pesquisadores. Conclusão:
Apesar da criptococose observada em nossa região apresentar comportamento
semelhante ao descrito na literatura, chama a atenção a importante taxa em
imunocompetentes e 6 casos de infecção por C. gattii em pacientes
HIV-positivos. Estudos posteriores
incluindo determinação da susceptibilidade antifúngica e análise genotípica são
necessárias para melhor entendimento da ecoepidemiologia desta levedura.
Palavras-chave: Cryptococcus, Micose sistêmica, Epidemiologia, HIV