IDENTIFICAÇÃO DE NOVAS BACTERIOCINAS PRODUZIDAS POR STAPHYLOCOCCUS SPP. ISOLADOS DE GADO COM MASTITE BOVINA.

Andreza Duarte Freitas de Souza (UFRJ); Hilana Ceotto (UFRJ); Marcus Lívio Varella Coelho (UFRJ); Maria Aparecida Vasconcelos de Paiva Brito (EMBRAPA); Maria do Carmo de Freire Bastos (UFRJ)

A mastite bovina é caracterizada por um processo inflamatório nas glândulas mamárias, tendo caráter geralmente infeccioso. Esta doença é de grande importância devido ao grande prejuízo econômico que acarreta à produção leiteira, sendo responsável pela redução da quantidade e pelo comprometimento da qualidade do leite produzido, ou até pela perda total da capacidade secretora da glândula mamária. Dentre os agentes etiológicos mais isolados em casos de mastite, destacam-se os Staphylococcus coagulase-positivos e coagulase-negativos. Já foram descritas várias bacteriocinas produzidas por diferentes espécies de Staphylococcus. Bacteriocinas são proteínas ou peptídeos antimicrobianos com a capacidade de matar ou inibir o crescimento de estirpes bacterianas, possuindo potencial aplicação biotecnológica no tratamento de diversas infecções humanas e de animais e como biopreservativos na indústria de alimentos. Este trabalho teve como objetivo detectar a produção de novas bacteriocinas por estirpes de Staphylococcus spp. isoladas de vacas e de leite de búfalas com mastite. Dentre 47 estirpes, cinco foram capazes de produzir substâncias antimicrobianas (SAM). Destas SAM, quatro possuem características de bacteriocinas típicas, sendo sensíveis a pelo menos uma das enzimas proteolíticas empregadas, com exceção da SAM 4244 que apresentou resistência. Pelos resultados da PCR, realizada com iniciadores específicos para a amplificação de genes estruturais de bacteriocinas conhecidas, e da hibridação DNA/DNA verificou-se que duas SAM eram similares à aureocina A70, uma bacteriocina que parece ser bastante difundida entre estirpes de estafilococos associadas à mastite bovina. A análise da PFGE com DNA genômico digerido com Sma I revelou que essas duas estirpes possuem perfil genético semelhante ao da estirpe produtora da aureocina A70. As demais SAM se mostraram diferentes de algumas bacteriocinas produzidas por Staphylococcus spp. já descritas na literatura. A SAM que se mostrou mais promissora foi a 4244, apresentando um amplo espectro de ação, inibindo bactérias de diferentes gêneros: Lactococcus, Lactobacillus, Micrococcus, Listeria, Enterococcus e Staphylococcus. A estirpe de Staphylococcus 4244 foi identificada através do sequenciamento de DNA ribossomal 16S como Staphylococcus hyicus.