INVASÃO DE CAMPYLOBACTER COLI EM TECIDOS INTESTINAIS DE AVES SPF

Belchiolina Beatriz Fonseca (ICBIM); Ester C.b. Araújo (ICBIM); Susana Eliza Rieck (ICBIM); Marcelo Arantes Levenhagen (ICBIM); Daise Aparecida Rossi (LABIO); Carlos Ueira Vieira (UFU); Marcelo Emilio Beletti (ICBIM)

O gênero Campylobacter é o principal causador de gastroenterite humana. Devido à alta ocorrência de Campylobacter jejuni em países desenvolvidos há uma maior prevalência de estudos acerca dessa bactéria. Porém Campylobacter coli assume uma grande importância por ser mais encontrada em países em desenvolvimento. Nesse contexto, os frangos se destacam por serem importantes carreadores de C. coli, sendo que a maioria dos autores afirma que a bactéria é comensal para essas aves. O objetivo desse trabalho foi verificar se C. coli invade as células primárias de embriões de aves SPF (specific patogen free). Foram sacrificados 8 (oito) embriões de aves SPF na idade de 19 dias de incubação para retirada do intestino. O material foi dissecado e fragmentos de ileo de aproximadamente 2 mm² foram colocados com a mucosa voltada para cima em placas de cultura contendo DMEM suplementado com 10% de soro fetal bovino e acondicionado em estufa de CO₂ durante 30 minutos para estabilização. Em cada poço foi adicionado 10³ UFC de C. coli isoladas de frangos. Após os períodos de 30 e 60 minutos foi verificada a invasão da bactéria por microscopia eletrônica. Aos 30 minutos foi vista a interação da bactéria com os microvilus assim como sua entrada pela formação de um endossoma tanto no limite entre células como em sua porção central. Nesse mesmo tempo, a bactéria também estava internalizada tanto na porção central como próxima a zônula de oclusão. Isso mostra que C. coli em aves é capaz de invadir também porções distantes do limite entre células, o que é um achado novo, já que a maioria dos autores estudando C. jejuni em humanos encontrou a bactéria sempre próxima a zônula de oclusão. Esse trabalho mostra que C. coli invade as células intestinais de aves comportando como parasito intracelular facultativo e não como um microorganismo comensal. Além disso, este trabalho instiga futuros estudos para verificar se realmente a bactéria C. coli é um organismo apatogênico para frangos. Apoio Financeiro: CAPES, CNPq e FAPEMIG