25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1196-1


Área: Micologia Médica ( Divisão B )

IDENTIFICAÇÃO DOS TIPOS MOLECULARES DOS AGENTES DA CRIPTOCOCOSE CIRCULANTES NO RIO DE JANEIRO

Glaucia Gonçalves Barbosa (FIOCRUZ/IPEC); Luciana Trilles (FIOCRUZ/IPEC); Márcia dos Santos Lazéra (FIOCRUZ/IPEC)

Resumo

A criptococose coloca-se entre as infecções fúngicas humanas de significativa letalidade e morbidade, principalmente sob forma de meningoencefalite, seja em imunodeprimidos ou em indivíduos imunocompetentes, sendo causada pelos basidiomicetos Cryptococcus neoformans e C. gattii. No Brasil, estudos clínico-epidemiológicos mostram a importância da criptococose gattii do SNC em adultos jovens de ambos os sexos e crianças nas regiões N e NE, com letalidade que varia entre 35% a 40%. O maior surto foi registrado na ilha de Vancouver, Canadá, atingindo 38 casos humanos, entre 1999 e 2001, a maioria imunocompetente, com letalidade em torno de 10%. No Rio de Janeiro, estudos moleculares de isolados clínicos de criptococose associada a AIDS demonstraram o predomínio do tipo VNI, seguido do VNII. Ainda não foi identificado nenhum isolado ambiental VGII na região, porém, tivemos oportunidade de identificar isolado clínico de criptococose por C. gattii: paciente de sexo feminino, residente no Flamengo há longos anos, sem histórico de viagem a área endêmica, HIV negativo, que iniciou o quadro com cefaléia em capacete, seguido de desorientação, e perda de força muscular generalizada. O isolamento do agente de LCR revelou se tratar de C. gattii tipo molecular VGII. A paciente é acompanhada em nosso ambulatório, com seqüelas graves e uso de muletas. Com isso, pretendemos identificar, no ambiente, a possível fonte de infecção da criptococose gattii no Rio de Janeiro a partir do caso índice. O processamento das amostras ambientais foi feito por plaqueado em meio Agar semente de níger (NSA) suplementado com antibióticos e incubação a 25ºC. A espécie foi determinada utilizando o meio CGB. Após a extração de DNA, foi feita PCR utilizando os primers do gene URA5 senso (5’ATGTCCTCCCAAGCCCTCGAC3’) e anti-senso (5’TTAAGACCT CTGAACACCGTACTC3’). A caracterização molecular foi feita pelo método de RFLP do gene URA5 utilizando as enzimas de restrição HhaI e Sau96I. Foram feitas 4 coletas (3 no entorno da casa e 1 no entorno do trabalho da paciente). Até o momento, foram isoladas 700 colônias: 393 C. gattii tipo molecular VGI e 07 C. neoformans tipo molecular VNI. Falta ainda a análise de 300 colônias.


Palavras-chave:  Cryptococcus gattii, Rio de Janeiro, Tipagem molecular