PRODUÇÃO DE PIGMENTOS HIDROSSOLÚVEIS POR FUNGOS FILAMENTOSOS

Fernanda Cortez Lopes (UFRGS); Luiza Prates Honaiser (UFRGS); Alessandro de Oliveira Rios (UFRGS); Adriano Brandelli (UFRGS)

            A utilização de pigmentos naturais nas indústrias alimentícia, cosmética e farmacêutica tem aumentado nos últimos anos. Isto tem ocorrido devido à toxicidade apresentada pelos pigmentos sintéticos e por seus subprodutos em humanos e no ambiente. Outro problema é a insolubilidade de determinados pigmentos em água, sendo necessários recursos como encapsulamento desses pigmentos, aumentado o custo para a indústria. Pigmentos naturais de origem microbiana são uma alternativa, pois podem ser facilmente produzidos em grandes quantidades e com um grande espectro de cores. Os fungos filamentosos têm sido estudados por sua atividade metabólica, na geração de uma grande quantidade de metabólitos tanto primários como secundários (como os pigmentos), além de sua capacidade de produção extracelular facilitar processos fermentativos. O objetivo do trabalho foi produzir pigmentos hidrossolúveis por fungos filamentosos utilizando resíduos agroindustriais como meio de cultivo. Os resíduos testados foram farelo de soja, casca de arroz, resíduo de uva, soro de queijo, unha de frango, casca de pinhão, pelo de porco, pena de frango, farinha de peixe, proteína de soja de soja e duas farinhas de pena. Os fungos foram cultivados a 30 ºC, 120 rpm por 7 dias, sendo que a concentração dos meios de cultivo foi de 1%. A partir do fungo Penicillium stalinoforum foi obtido um extrato de coloração rosada nos meios contendo unha de frango e farelo de soja. Penicillium nalgionese produziu um extrato marrom em meio contendo farelo de soja. A partir de Penicillium sp foram obtidos os extratos amarelado, alaranjado e cor de canela, nos meios unha de frango, soro de queijo e resíduo de uva, respectivamente. Penicillium expansum um extrato de cor amarela em meio unha de frango. O fungo Fusarium graminearum produziu extratos amarelados nos meios proteína de soja, farelo de soja e soro de queijo e um extrato rosado no meio unha de frango. De todos os fungos testados, somente Rhyzopus oligosporus não produziu extratos pigmentados, mostrando o grande potencial dos fungos filamentosos na produção de pigmentos. Os extratos obtidos foram liofilizados, armazenados em dessecador e protegidos da luz para análises posteriores, como a identificação, purificação do pigmento e determinação de possíveis atividades biológicas.