25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1189-1


Área: Micologia Médica ( Divisão B )

ASPERGILOMA NA SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA

Raquel Jacques de Farias (UFPE); Rodrigo Assunção de Holanda (UFPE); Heloiza Maria da Silva Oliveira (UFPE); Nadja Elisabeth Pereira Lopes (UFPE); Vanessa Karina da Silva (UFPE); Nadyr Pedi (UFPE); Rejane Pereira Neves (UFPE)

Resumo

Aspergilose é uma infecção fúngica causada por espécies de Aspergillus, fungo cosmopolita frequentemente encontrado em solo, água e vegetais em decomposição. Embora existam mais de 100 espécies de Aspergillus, poucas são patogênicas para humanos. A maioria das infecções é causada por A. fumigatus seguido do A. niger e A. flavus. A exposição ao fungo ocorre pela inalação de esporos que irão percorrer o trato respiratório podendo colonizar qualquer órgão deste sistema, especialmente os pulmões. Neutropenia, corticoterapia prolongada, neoplasias hematológicas, diabetes mellitus, doenças pulmonares e Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) são fatores predisponentes para a aspergilose. Nos indivíduos com o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) a incidência de aspergilose é maior entre aqueles com idade ≥ 35 anos, contagem global de leucócitos < 2500 células/mm3, contagem de linfócitos T CD4+ < 100 células/mm3, histórico de doença oportunista associada a AIDS e quadro neutropênico. A sobrevida média após o diagnóstico de aspergilose é de três meses, em casos de aspergiloma (massa fúngica que cresce nas cavidades pulmonares), cerca de 40-60% dos pacientes desenvolvem hemoptise, que pode ser maciça e potencialmente fatal. O número crescente de diagnóstico pós-morte e o subdiagnóstico contribuem para o mau prognóstico da doença. Este trabalho relata um caso de aspergilose pulmonar em homem de 47 anos, portador de HIV, que teve líquido pleural, bem como esputo de cor escura (xantocrômica), enviados ao laboratório de Micologia Médica da Universidade Federal de Pernambuco para realização do diagnóstico laboratorial. Os materiais foram examinados a fresco (sem clarificante ou corante). Ao exame direto foram evidenciados vários filamentos micelianos septados, hialinos e dicotômicos. Os espécimes foram semeados em placas contendo ágar Sabouraud acrescido de 50mg/L de cloranfenicol mantidas à temperatura de 30ºC e 37ºC. A identificação das culturas através dos aspectos macroscópicos e microscópicos indicou A. fumigatus como agente etiológico. Embora a aspergilose seja incomum em indivíduos com HIV, a curta sobrevida associada a esta infecção enfatiza a importância de um diagnóstico preciso e precoce para que seja instituído o tratamento apropriado.


Palavras-chave:  AIDS, Aspergillus fumigatus, Micose oportunista