25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1184-1


Área: Microbiologia Geral ( Divisão H )

COMPLEMENTAÇÃO DAS FUNÇÕES DE MOBILIZAÇÃO DO PLASMÍDEO BACTERIOCINOGÊNICO PRJ9 DE STAPHYLOCOCCUS AUREUS PELO GENE MOBD

Bruna Gonçalves Coutinho (UFRJ); Marcus Lívio Varella Coelho (UFRJ); Maria do Carmo de Freire Bastos (UFRJ)

Resumo

O pRJ9 (10,4 kb) é um plasmídeo bacteriocinogênico que codifica a aureocina A53. Este plasmídeo está originalmente presente na estirpe S. aureus A53, que foi isolada de leite comercial, juntamente com outras estirpes de S. aureus, também produtoras de bacteriocina, como a aureocina A70, codificada pelo pRJ6 (7,9 kb). Esses dois plasmídeos apresentam uma grande região de homologia de 2,6 kb, onde estão presentes os genes associados a processos de mobilização plasmidial e a região oriT. Entretanto, o pRJ6 apresenta quatro genes mob (mobCDAB), enquanto o pRJ9 possui apenas três (mobCAB).

Em experimentos anteriores, foi possível se detectar mobilização do plasmídio pRJ6 e não do pRJ9. Entretanto, quando os dois plasmídeos estão presentes em uma mesma estirpe, é possível se detectar mobilização do plasmídeo pRJ9. Tais experimentos mostraram que as funções mob do pRJ6 foram capazes de atuar in trans no pRJ9.

O objetivo do presente trabalho é descobrir se o gene mobD ausente no pRJ9 é o responsável por sua incapacidade de mobilização e comprovar experimentalmente o funcionamento da região oriT do pRJ9.

Para se determinar se o gene mobD ausente no pRJ9 é o responsável pela sua incapacidade de mobilização, este gene foi amplificado e clonado no vetor de expressão pCN37, que possui um promotor livre induzido por cádmio, dando origem ao plasmídeo pRJ92. Um fragmento de 310 pb, onde está presente a possível região oriT do pRJ9, também foi amplificado por PCR e clonado no vetor pCN37 e no plasmídeo pCNmobD, gerando os plasmídeos pRJ98 e pRJ99, respectivamente.

Os plasmídeos pRJ98 e pRJ99 foram inseridos por transdução na estirpe A53 e o plasmídeo pRJ98  foi, ainda, inserido na estirpe A70. As três estirpes geradas receberam o plasmídeo conjugativo pGO1 por experimentos de conjugação, dando origem às estirpes MB434 (pRJ6, pRJ98 e pGO1), MB435 (pRJ9, pRJ98 e pGO1) e MB436 (pRJ9, pRJ99 e pGO1). As três estirpes serão utilizadas como doadoras em experimentos de conjugação. A estirpe MB434 será empregada com o objetivo de se verificar a capacidade das funções mob do pRJ6 de atuarem sobre a região oriT do pRJ9. Os experimentos de conjugação com a estirpe MB435 servirão para confirmar a incapacidade do pRJ9 de mobilizar o plasmídeo pRJ98 que possui sua região oriT, enquanto que os experimentos com a estirpe MB436 mostrarão se ocorre mobilização do pRJ99 na presença da proteína MobD.

 

Apoio Financeiro: CAPES, CNPq, PRONEX, FAPERJ

 


Palavras-chave:  Bacteriocina, Conjugação, Mobilização, Plasmídio, S. aureus