25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1179-1


Área: Ecologia Microbiana ( Divisão I )

DIVERSIDADE DE BACTÉRIAS ASSOCIADAS A ESPONJAS MARINHAS

Cristina Kampus Mantovani (CPQBA/UNICAMP); Cláudia Beatriz Afonso de Menezes (CPQBA/UNICAMP); João Kleber Novais Pereira (CPQBA/UNICAMP); Fabiana Fantinatti-garboggini (CPQBA/UNICAMP)

Resumo

Nas últimas décadas muitos invertebrados marinhos demonstraram ser uma fonte rica de diversos metabólitos bioativos. No entanto, evidências sugerem que em muitos dos casos os compostos ativos isolados desses animais são oriundos de microrganismos simbiônticos. Essa simbiose pode resultar em uma vantagem evolutiva para um ou ambos os parceiros, e pode envolver a produção de compostos naturais pelos microrganismos, os quais geram uma forte vantagem competitiva para o invertebrado no combate aos predadores marinhos. Um grande número de compostos de interesse biotecnológico, como por exemplo, citotoxinas, agentes antifúngicos, antibióticos, antivirais, e principalmente anticancerígenos tem sido isolados de esponjas marinhas e microrganismos associados. O presente estudo teve como objetivo a caracterização taxonômica da diversidade de bactérias associadas a esponjas, entre elas: Amphimedon viridis, Axinella corrugata, Dragmacidon reticulata, Geodia corticostylifera, Mycale angulosa e Mycale laxissima, coletadas no litoral norte do estado de São Paulo, Brasil. A diversidade das bactérias foi avaliada por análise de polimorfismo genético pelo método de ARDRA (Amplified Ribosomal DNA Restriction Analysis), utilizando-se as enzimas de restrição HhaI, AluI e DdeI, seguido de sequenciamento do gene RNA ribossomal 16S e análise filogenética. A análise dos perfis de bandas foi feita pelo programa GelCompar (version 4.1; Applied Maths, Kortrijk, Belgium) usando o coeficiente de DICE e o algoritmo UPGMA. Das 84 bactérias analisadas, 63 ribotipos (≥95% de similaridade) representativos de grupos taxonômicos potencialmente distintos foram obtidos, demonstrando uma enorme diversidade de bactérias cultivadas recuperadas a partir das amostras coletadas. Os resultados demonstram que as esponjas marinhas apresentam um grande potencial para abrigar novas espécies de microrganismos, e talvez até novos grupos taxonômicos.


Palavras-chave:  microrganismos simbiônticos, esponjas, ARDRA, diversidade