STAPHYLOCOCCUS AUREUS RESISTENTES À METICILINA (MRSA) ISOLADOS DE PACIENTES HOSPITALIZADOS: COLONIZAÇÃO VERSUS INFECÇÃO
Deiber Vinício Rocha (UFTM); Maxelle Martins Teixeira (UFTM); Marcelo Costa Araújo (UFTM); Patrícia Borges Peixoto (UFTM); Cristina da Cunha Hueb Barata de Oliveira (UFTM); Adriana Gonçalves de Oliveira (UFTM)
Resumo
O MRSA é altamente prevalente nos hospitais
brasileiros. Todavia, o isolamento do MRSA de espécimes clínicos nem sempre
significa que o paciente esteja infectado por esse microrganismo. Diante disso,
o presente estudo teve como objetivo avaliar se pacientes hospitalizados com
MRSA estão colonizados ou infectados. Foram estudados 151 pacientes não
repetidos, internados no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do
Triângulo Mineiro em Uberaba/MG, no ano de 2008, dos quais foram isoladas as
amostras de S. aureus. Esses microrganismos foram caracterizados pelo
método de coloração de Gram, produção de catalase, coagulase, DNAse e
fermentação do manitol. A resistência à meticilina foi determinada pela
detecção do gene mecA por PCR e a
concentração inibitória mínima por microdiluição em caldo. Utilizou-se
os critérios do CDC(Centers for Disease
Control and Prevention) para definir a presença de infecção. Dentre os 151
pacientes estudados, 56 eram portadores de amostras de MRSA, sendo que 45
(80,4%) delas apresentaram resistência de alto nível à oxacilina (CIM ≥ 256
µg/ml ). Em 25 pacientes (44,6%) o MRSA foi isolado da pele e tecidos moles, em
12 (21,4%) de ponta de cateter, em 9 (16,1%) do trato respiratório inferior, em
8 (14,3%) da corrente sanguínea (14,3%) e em 2 (3,6%) no trato urinário. Os
pacientes com MRSA estavam internados principalmente na Clínica Médica (23,2%),
na Unidade de Doenças Infecto-Parasitárias (14,3%) e no Pronto Socorro Adulto
(14,3%). Dos 56 pacientes com MRSA, 16 (28,6%) estavam infectados e 40 (71,4%)
colonizados por esse microrganismo. Os MRSA obtidos dos pacientes com infecção
foram isolados da pele e tecidos moles (8; 50%), do trato respiratório inferior
(4; 25%) e da corrente sanguínea (4; 25%). Os resultados do presente estudo
demonstram que a taxa de colonização foi maior que a de infecção, no período
estudado. Entretanto, cumpre salientar que a colonização por MRSA é um fator
predisponente à infecção por esse microrganismo.
Apoio financeiro: FUNEPU/FAPEMIG
Palavras-chave: colonização, infecção, Staphylococcus resistente à meticilina