25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1167-1


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DE AMOSTRAS DE STAPHYLOCOCCUS AUREUS RESISTENTES À METICILINA (MRSA) ISOLADAS EM DOIS PERÍODOS COM INTERVALO DE 10 ANOS (1998 E 2008)

Maxelle Martins Teixeira (UFTM); Marcelo Costa Araújo (UFTM); Deiber Vinício Rocha (UFTM); Cristina da Cunha Hueb Barata de Oliveira (UFTM); Agnes Marie Sa Figueiredo (UFRJ); Adriana Gonçalves de Oliveira (UFTM)

Resumo

O MRSA é considerado um dos principais agentes de infecções hospitalares da atualidade. O controle da sua transmissão no ambiente hospitalar é determinado pelo conhecimento da epidemiologia local bem como do reservatório de clones epidêmicos. O objetivo do estudo foi caracterizar fenotipicamente e molecularmente amostras de MRSA isoladas de pacientes internados em um hospital terciário, em dois períodos diferentes com intervalo de 10 anos (1998 e 2008). Amostras de S. aureus, obtidas de pacientes internados no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro em Uberaba/MG, foram caracterizadas pelo método de coloração de Gram, produção de catalase, coagulase, DNAse e fermentação do manitol. A resistência à meticilina foi determinada pela detecção do gene mecA por PCR e a concentração inibitória mínima por microdiluição em caldo. O perfil de susceptibilidade aos demais antimicrobianos foi determinado pela técnica de disco difusão. A tipagem do cassete cromossômico estafilocócico mec (SCCmec) foi feita por multiplex PCR. Trezentas amostras de S. aureus foram isoladas em 1998 e 151 em 2008. Foram detectadas 54 (18,0%) e 56 (37%) amostras de MRSA dentre os S. aureus obtidos nos anos de 1998 e 2008, respectivamente. Os MRSA foram isolados principalmente de pontas de cateteres (44,4%; 24/54) em 1998 e da pele e tecidos moles (44,6%; 25/56) em 2008. Todas as 54 (100%) amostras de MRSA de 1998 e 54 (96,4%) de 2008 mostraram-se resistentes a mais de três classes de antimicrobianos. A maioria das amostras de MRSA (88% em 1998 e 80,4% em 2008) apresentou alto nível de resistência à oxacilina (CIM ≥ 256 µg/ml). Somente 50 amostras de MRSA de 1998 foram tipadas e todas apresentaram SCCmec III. Em relação às amostras de 2008, 48 (85,7%) apresentaram SCCmec III, 5 (8,9%) SCCmec I, 2 (3,5%) SCCmec IV e 1 (1,7%) SCCmec II. Os resultados do presente estudo demonstram que a porcentagem de amostras de MRSA isoladas de pacientes hospitalizados em 2008 foi maior que em 1998. Ademais, fica claro que apesar do SCCmec III apresentar-se como o mais prevalente em 2008, certifica-se a inclusão de amostras de MRSA apresentando cassetes distintos.

Apoio financeiro: FUNEPU/FAPEMIG


Palavras-chave:  caracterização fenotípica e molecular, infecção hospitalar, Staphylococcus resistente à meticilina