25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1164-2


Área: Micologia Médica ( Divisão B )

AVALIAÇÃO DA SUSCEPTIBILIDADE DE CANDIDA SPP. FRENTE AO FLUCONAZOL, ITRACONAZOL E ANFOTERICINA B EMPREGANDO CLSI E EUCAST

Paulo Murillo Neufeld (UFRJ); Marcos Dornelas-ribeiro (HEMORIO); Márcia Melhem (IAL); Maria Walderez Szeszs (IAL); Manuela da Silva (FIOCRUZ)

Resumo

O surgimento de cepas resistentes, a disponibilidade de novas drogas e a ocorrência de falhas na quimioterapia das infecções fúngicas invasivas levaram ao desenvolvimento de métodos para a investigação da susceptibilidade in vitro aos antifúngicos. A maioria desses métodos emprega técnicas de diluição em caldo e está baseada no cálculo da concentração inibitória mínima (CIM) estimado pela determinação do percentual de inibição em relação a um controle de crescimento. Como existem múltiplos fatores interferentes, a estandardização laboratorial dos testes de susceptibilidade é uma condição básica para assegurar a compatibilidade das informações. Dentre os métodos de referência, distinguem-se aqueles recomendados pelo Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI) dos Estados Unidos da América. Apesar desses métodos serem considerados padrão, importantes limitações têm sido relatadas. Com o intuito de superar os problemas metodológicos, algumas modificações foram introduzidas. Baseado no documento M27-A2 do CLSI, o European Commitee on Antibiotic Susceptibility Testing (EUCAST) propôs, em seu documentos Dis.7.1, modificações na determinação da CIM em leveduras fermentadoras de glicose, primariamente, Candida spp. Dentre essas modificações, destacam-se a suplementação do RPMI com 2% de glicose, o aumento do tamanho do inóculo e a leitura espectrofotométrica. O objetivo do presente estudo foi comparar os resultados de susceptibilidade obtidos com esses dois documentos frente a isolados clínicos de Candida spp., empregando três antifúngicos de uso comercial. Para tanto, 108 cepas de Candida spp. recuperadas de infecção hospitalar foram testadas contra fluconazol, itraconazol e anfotericina B pela técnica de microdiluição em caldo descrita nos protocolos M27-A2 e Dis.7.1. O estudo comparativo entre as metodologias de microdiluição do CLSI e EUCAST mostrou alta concordância (>96%) de resultados para todos os 3 antifúngicos testados, considerando a diferença de até 2 diluições. No entanto, foi verificada uma tendência de obtenção de valores de CIM mais baixos para EUCAST, o que pode ser indesejável, se forem consideradas as CIM mais altas como as mais seguras. O coeficiente de correlação intraclasse (CCI) calculado também exibiu um alto grau de correlação entre as metodologias (>0,88), demonstrando que estas se apresentam equivalentes.


Palavras-chave:  Antifúngicos, Candida spp., CLSI, EUCAST, Infecção Hospitalar