25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1162-1


Área: Microbiologia de Alimentos ( Divisão K )

AÇÃO DE ENZIMAS QUITINOLÍTICAS DE TRICHODERMA ASPERELLUM NA INIBIÇÃO DO CRESCIMENTO DE MICROORGANISMOS SOBRE EMBALAGENS BIOATIVAS

Barbara Dumas Santos Silva (UFG); Kátia Flávia Fernandes (UFG)

Resumo

O uso de agentes antimicrobianos em embalagens vem sendo cada vez mais comum, devido à tendência atual do consumidor na busca por alimentos minimamente processados e livres de conservantes. Neste aspecto, enzimas que atuam sobre polímeros da parede celular de microrganismos aparecem como alternativa interessante para incorporação em embalagens bioativas. Dentre estas enzimas, as quitinolíticas, produzidas por fungos do gênero Trichoderma, têm atraído muita atenção de indústrias e laboratórios, não somente devido ao espectro de suas aplicações, mas também pela lacuna existente com relação a métodos de produção. 

A produção de enzimas quitinolíticas por Trichoderma asperellum foi induzida pelo crescimento em meio TLE modificado (glicose 0,1% e quitina bruta 0,5%). A atividade enzimática foi avaliada pelo aparecimento de alo de inibição do crescimento dos microorganismos sobre a embalagem, produzida com amido de mandioca (40:60), tratada com a enzima imobilizada por adsorção ou ligação covalente.

Tiras do bioplástico (4,0 x 0,5 cm), foram colocadas por 30 minutos em solução de quitinase (20 mg mL-1) para adsorção e em seguida transferidas para placas contendo meio BDA.

A ligação covalente foi realizada pelo tratamento das tiras do bioplástico com periodato de sódio (0,1 mol. L-1) por 30 minutos, seguida por imersão em solução de quitinase.

Os controles foram feitos com as tiras do bioplástico tratadas com periodato de sódio seguida por solução de glicina (0,1 mol. L-1).

Após a transferência das tiras do bioplástico para as placas, foram adicionados esporos de Aspergillus niger e Penicillium sp. e "plugs" de Sclerotinea sclerotiorum, fungos que tipicamente atacam alimentos em embalagens, e o crescimento foi avaliado por 5 dias, com resultados fotografados.

O alo de crescimento dos três microorganismos utilizados nos experimentos foi drasticamente reduzido pelo tratamento da embalagem com as enzimas quitinolíticas de Trichoderma asperellum imobilizadas por ligação covalente com periodato. A presença das enzimas criou uma "película de proteção" à embalagem, onde as enzimas quitinolíticas atacam a parede celular dos microorganismos, impedindo seu crescimento.

O uso de embalagens bioativas tratadas com enzimas produzidas por microorganismos, atende não somente à expectativa de abastecimento interno e exportações, mas também é compatível com a preocupação mundial com questões ambientais, tendo em vista que minimiza os impactos ambientais no que diz respeito à degradação de polímeros bem como na redução aos danos causados pelo uso de agentes de controle artificiais, como agrotóxicos.


Palavras-chave:  Trichoderma asperellum, quitinases, embalagens bioativas, microorganismos patógenos de alimentos