25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1160-2


Área: Virologia ( Divisão P )

COINFECÇÃO POR MALÁRIA E ARBOVÍRUS EM PACIENTES DA REGIÃO AMAZÔNICA

Vinícius dos Santos Santana (UNESP); Lígia Carolina Lavezzo (UNESP); Roberta Vieira de Moraes Bronzoni (FAMERP); Adriano Mondini (FAMERP); Silvia Helena Pereira Nunes (FAMERP); Ana Carolina Bernardes Terzian (FAMERP); Andréa Regina Baptista Rossit (FAMERP); Ricardo Luis Dantas Machado (FAMERP); Maurício Lacerda Nogueira (FAMERP)

Resumo

         Aproximadamente 40 arbovírus associados com doenças humanas foram isolados na Amazônia. Entre eles, 4 são considerados ser de importância para a saúde pública e envolvidos com epidemias: vírus da Dengue (DENV sorotipos 1 a 4), Oropouche (OROV), Mayaro (MAY) e Febre Amarela (YFV). Juntamente com esses arbovírus, milhares de casos de malária são diagnosticados todos os anos, e aproximadamente 98% deles estão restritos á região da Amazônia Legal. Neste contexto, uma coinfecção por malária e arbovírus não pode ser descartada. Em nosso estudo, nós investigamos a presença de arbovírus em 100 amostras clínicas de sangue que foram previamente caracterizadas positivas para malária por gota espessa. As amostras de soro foram obtidas de pacientes que residiam em Belém (Pará), Rio Branco (Acre) e Porto Velho (Rondônia). O RNA foi extraído usando o kit QiAampViral RNA Mini Kit (QIAGEN, Alemanha). Uma Duplex-RT-PCR (D-RT-PCR) foi realizada utilizando primers genéricos seguida de uma Multiplex-Nested-PCR (M-N-PCR), utilizando primers específicos para detectar e identificar alfavírus e flavivírus brasileiros. Uma RT-Nested-PCR usando primers que se anelam ao segmento S de vírus do sorogrupo Simbu foi realizada para a amplificação do genoma do vírus Oropouche. Nós detectamos duas vezes o vírus da dengue sorotipo 2 em coinfecção com malária. Apesar de dados escassos, infecções duplas por dengue e malária deveriam ser comuns em áreas onde ambas são co-endêmicas em muitas partes do mundo. Na região Amazônica Brasileira, esta situação provavelmente ocorre mais frequentemente que a detectada. Apesar de causarem sintomas similares, e infecções simultâneas com dois agentes etiológicos podem resultar em uma doença com sintomas sobrepostos, o diagnóstico de dengue e malária baseados em dados puramentes clínicos pode se tornar difícil para os médicos. Mais além, as febres periódicas associadas à malaria podem ser mascaradas pela febre contínua da infecção por arbovírus e possivelmente, tanto o espectro clínico da doença e/ou o tratamento pode ser afetado.


Palavras-chave:  Arbovírus, Coinfecção, Malária, Diagnóstico molecular, Região Amazônica