25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1157-2


Área: Microbiologia de Alimentos ( Divisão K )

CARACTERIZAÇÃO DE FILMES DE ZEÍNAS COM PRÓPOLIS POR MICROSCOPIA DE FORÇA ATÔMICA

 

Tassiane Regina Alves Corrêa (UFSCar); Juliana Aparecida Scramin (UFSCar); Odílio Benedito Garrido de Assis (Embrapa); Lucimara Aparecida Forato (Embrapa); Rubens Bernardes Filho (Embrapa)

Resumo

O emprego de filmes ou coberturas comestíveis aplicados diretamente sobre frutas e alimentos tem aumentado nos últimos anos e tem sido alvo de pesquisas, pois podem ser usados na preservação da qualidade de alimentos e na diminuição da proliferação de microrganismos. Isso ocorre devido ao controle da respiração além de agir como barreira a água, oxigênio e lipídios. A própolis uma substância que apresenta um grande potencial antimicrobiano, embora conhecida há milhares de anos pelo homem, somente agora suas propriedades biológicas começam a ser compreendidas. O objetivo deste trabalho foi analisar filmes de zeínas com adição de própolis pela técnica de microscopia de força atômica (MFA), e comparar os resultados com aqueles já obtidos sem a própolis. Os filmes foram preparados com 4% de zeínas diluídas em etanol 70% e com concentrações de plastificante (Ácido Oléico) em 0.25, 0.50 e 1,0%. Foi adicionado aos filmes 1 mg/mL de própolis, concentração essa que obtivemos efeito bacteriostático em testes anteriores com bactéria Staphylococcus aureus, e em seguida as soluções foram depositadas em placas de acrílico e secas em temperatura ambiente. Filmes de zeínas somente são obtidos com adição de plastificantes, entretanto, o ácido oléico, normalmente utilizado para este filme pode alterar a hidrofobicidade deste, uma vez que possui um grupo carboxílico polar e uma cadeia carbônica apolar. Esta última pode interagir com as cadeias laterais dos resíduos de aminoácidos apolares das zeínas, nas interações hidrofóbicas. Utilizando o MFA (Microscópio de Força Atômica) foi possível verificar que a adição de própolis em concentrações que apresentam efeito bacteriostático (1 mg/mL) não acarretou aumento da hidrofilicidade dos filmes de zeínas. Como pode ser notado pelas medidas de força de adesão nos filmes de zeínas + plastificantes (1%= 1,25nN; 0,5%= 1,18nN; 0,25%= 1,05nN; Sem plastificante=0,02nN) e zeínas + plastificantes + própolis (1%= 1,27nN; 0,5%= 1,55nN; 0,25%= 0,58nN; Sem plastificante= 0,16nN). Observou-se que quanto maior a porcentagem de plastificante, maior a força de adesão entre o cantiléver e a amostra, indicando uma hidrofilicidade do filme que pode ser atribuída à presença dos grupos carboxílicos polares do ácido oléico, não alterando a estrutura dos filmes e aumentando o tempo de prateleira dos frutos.


Palavras-chave:  Própolis, Filme de Zeína, Microscopia de Força Atômica, Conservação de frutas