Metodologia: Os microrganismos foram isolados em meio de cultura específicos e a identificação e o antibiograma foram realizados através do aparelho ATB Expression (Biomerrieux), exceto a identificação nas coproculturas, realizada por métodos sorológicos.

Discussão dos resultados: No período de janeiro a dezembro de 2008 houve 14,63% (42/287) de positividade em uroculturas; 11% (78/713) em hemoculturas; 20,6% (38/184) em coproculturas e 43,4% (30/69) em cateteres. Os microrganismos mais isolados em uroculturas foram E. coli (64,3%) e K. pneumoniae (9,5%); em hemoculturas prevaleceu o S. epidermidis com 19,2%, S. aureus, K. pneumoniae e P. aeruginosa aparecem a seguir com 7,7%; nas coproculturas prevaleceu Shigella flexneri com 47,4%; por fim nas culturas de ponta de cateter os microrganismos mais isolados foram Cândida albicans 15% seguido de P. aeruginosa e S. haemolyticus com 12,5%. Com relação ao perfil de susceptibilidade observamos 100% de sensibilidade de K. pneumoniae, isolada de uroculturas e hemoculturas, ao imipenem e uma resistência de 83,3% desta bactéria à cefotaxima em hemoculturas. Nas coproculturas, o gênero Shigella spp. apresentou alta sensibilidade à amicacina e à cefotaxima (95,6%); enquanto nas hemoculturas os S. epidermidis apresentaram alta resistência à oxacilina (73,3%) e total sensibilidade à vancomicina, os S. aureus apresentaram também total sensibilidade à Vancomicina, porém a resistência a oxacilina foi de 16,7%. O gênero Cândida spp. em pontas de cateter apresentou 66,7% de resistência ao fluconazol. Um dado preocupante observado foi que a maioria dos casos 58,9% (109/185) foram obtidos de crianças menores de um ano.

Conclusão: Os microrganismos mais isolados no período foram: S. epidermidis; E. coli; S. flexneri e C. albicans, isolados principalmente de recém-nascidos. O conhecimento do perfil de resistência dos microrganismos é importante para orientar os clínicos locais, com relação ao uso racional de antimicrobianos.