25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1140-2


Área: Micobacteriologa ( Divisão C )

PADRÃO DE EXPRESSÃO DOS ANTÍGENOS ABH EM BIÓPSIAS DE PELE INFECTADAS POR MYCOBACTERIUM LEPRAE

Rosane do Socorro Pompeu de Loiola (LACEN-Pa); Ana Thais Machado Moutinho (UFPA); Delia Cristina Figueira Aguiar (UFPA); Suzanne Roberta Cardoso Fernandes (UFPA); Charliana Aragão Damasceno (UFPA); Ermelinda do Rosário Moutinho da Cruz (LACEN-Pa); Tereza Cristina de Oliveira Corvelo (UFPA)

Resumo

A hanseníase é uma doença infecto-contagiosa causada pelo Mycobacterium leprae, a infecção atinge a pele e os nervos levando a incapacidade física e social quanto mais tardio for seu diagnóstico e tratamento. Sendo assim, é necessário buscar informações que identifiquem indivíduos com maior predisposição e/ou riscos de complicações para esta enfermidade. Neste sentido, avaliar as possíveis relações entre marcadores genéticos do hospedeiro, como os histoantígenos ABH, contribuirá para o entendimento da patogênese da doença e com possibilidades de aplicação no controle epidemiológico. Vários estudos têm demonstrado associação destes antígenos em pacientes com M. leprae. Estes antígenos não se expressam somente ao nível eritrocitário, mas também em todos os tecidos de origem ecto e endodermal, como mucosas e pele, provavelmente envolvidos nos processos de comunicação e reconhecimento celular. Desta forma, um estudo que avalie o papel biológico dos antígenos de grupo sanguíneo ABH foi realizado envolvendo 33 biópsias de pele classificadas de acordo com os critérios de Ridley e Jopling, sendo 11 com forma tuberculóide (MHT), 11 com a forma dimorfa tuberculóide (MHDT), 11 com a forma indeterminada (MHI) e 11 casos controles (sem lepra). A expressão dos antígenos A, B e H foi analisada por imunohistoquímica indireta. Entre os casos, 18 eram do sexo feminino e 15 masculino com média de idade de 28 anos. Em relação ao tipo sanguíneo 70% eram do grupo O, 24% do grupo A, e 1% dos grupos B e AB. Na caracterização tecidual foi observada uma perda acentuada do antígeno H e/ou A na lesão independentemente da forma de hanseníase. Ao mesmo tempo, quando se comparou o padrão de expressão antigênica na área de lesão entre as formas de hanseníase, verificou-se que no tipo MHDT ocorreu uma perda significativa destes antígenos em relação as formas MHI e MHT. Estudos têm demonstrado que durante processos inflamatórios a regulação de genes relacionados à síntese de estruturas glicosiladas pode ser alterada, o que poderia justificar a perda dos antígenos do sistema ABH na pele dos indivíduos infectados pelo M. leprae.

Apoio Financeiro: Edital MCT/CNPq/CT-Saúde/MS/SCTIE/DECIT Nº 034/2008


Palavras-chave:  Grupo sanguíneo ABO, Mycobacterium leprae, Hanseníase, Imunohistoquímica