Área: Ecologia Microbiana ( Divisão I ) EFEITO DO FOGO NA COMUNIDADE
MICROBIANA DE FLORAMENTOS ROCHOSOS EM CAMPO RUPESTRE
Milton Ricardo de Abreu Roque (UFBA); Deborah Catharine de Assis Leite (EMBRAPA SOLOS); Fernando Dini Andreote (EMBRAPA MEIO AMBIENT); Armando Cavalcante Franco Dias (EMBRAPA MEIO AMBIENT); Itamar Soares de Melo (EMBRAPA MEIO AMBIENT)
ResumoA ocorrência de fogo
representa uma importante perturbação nos ecossistemas, principalmente
nas florestais em clima tropical e sub-tropical e em vegetações do
semi-árido. Historicamente, trabalhos sobre o estudo do efeito do fogo,
estão relacionados a plantas e animais, mas pouco se conhece sobre
o efeito nas comunidades microbianas do solo. Este estudo foi realizado
em uma área de afloramento rochoso em vegetação de campo rupestre
no Parque Nacional da Chapada Diamantina. A estrutura da comunidade
microbiana foi avaliada em função da ação do fogo, com solos superficiais
(5mm) sendo coletados para análise em três períodos: Antes do fogo
(AF), imediatamente após o fogo (IDF) e 24 horas depois do fogo (DF).
A análise foi realizada por meio da técnica PCR/DGGE com iniciadores
Universais, Alpha-proteobacteria e Beta-proteobacteria e em triplicata.
As bandas foram analisadas pelo programa Bionumerics (Applied Mathematics)
e, para o agrupamento foi usado o algoritmo UPGMA com o coeficiente
de Pearson. Foram também realizadas as análises físicas e químicas
do solo coletado e a medição da temperatura durante o fogo.
Quando a análise foi
realizada em função do fogo, a estrutura da comunidade manteve-se
similar nos tratamentos AF e IDF, com a distinção de DF onde o grupo
das beta-proteobacteria apresentou distinção. O papel desempenhado
pelos grupos funcionais ainda não são completamente conhecidos, mas
podemos observar alterações principalmente no grupo das beta-proteobacteria,
o que pode estar relacionado a gêneros e espécies importantes para
solo, como a ordem Burkholderiales. Estes dados revelam a importância
de um maior conhecimento do efeito do fogo na comunidade microbiana
do solo, e da necessidade de estudos mais aprofundados com os grupos
funcionais, principalmente em solo não agriculturável, como os afloramentos
rochosos, que apresentam ação cíclica do fogo, o que pode causar
alteração na fitossociologia e também na dinâmica da comunidade
microbiana. O estudo e monitoramento do macro e micro clima, das variações
nos ciclos e na diversidade das plantas, e na estrutura da comunidade
microbiana, poderão revelar aspectos importantes da diversidade dos
campos rupestres.
Palavras-chave: FOGO, CAMPO RUPESTRE, COMUNIDADE MICROBIANA |