25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1115-2


Área: Fermentação e Biotecnologia ( Divisão J )

PRODUÇÃO DE COLORANTES NATURAIS POR PENICILLIUM PURPUROGENUM DPUA 1275 UTILIZANDO A TECNOLOGIA DA FERMENTAÇÃO SEMI-SÓLIDA

Valéria de Carvalho Santos-ebinuma (USP); Maria Francisca Simas Teixeira (UFAM); Adalberto Pessoa Junior (USP)

Resumo

Atualmente, há uma tendência mundial ao consumo de produtos naturais em substituição aos artificiais. Assim, existe um grande interesse na produção de colorantes naturais que podem ser de origens diversas, como plantas ou animais, sendo os de origem microbiana uma alternativa viável, pois podem apresentar alta produtividade, além de uma vasta gama de colorantes de aplicabilidade industrial. O presente trabalho teve como objetivo estudar a produção de colorantes naturais por fermentação semi-sólida de P. purpurogenum DPUA 1275. Para tanto, o inóculo foi cultivado em CYA durante 7 dias, a 25 °C. Desta cultura, 28 discos (Ø=10mm) foram transferidos para a superfície de meio semi-sólido a base de casca de cupuaçu (fonte de nitrogênio) e farelo de arroz (fonte de carbono), na proporção de 1:1, em bandejas de vidro. O inóculo foi homogeneizado com bastão ao substrato a cada 24 horas e a fermentação realizada em estado estacionário a 30°C por 10 dias. Os colorantes foram extraídos em (A) água destilada esterilizada e (B) solução tampão fosfato 0,2 M pH 7,0, a 30°C/150 rpm por 30 minutos e, posteriormente, filtrados em tecido. No filtrado foi aferido o pH por potenciometria e determinou-se a produção de colorantes por espectrofotometria através da leitura da absorbância a 400, 470 e 490 nm, que correspondem à máxima absorção para os colorantes amarelos, laranjas e vermelhos, respectivamente. Os resultados expressos em Unidade de Absorbância (UA). O filtrado A apresentou pH de 5,84, enquanto que o B de 6,92, similar ao do tampão que pode ter determinado este valor. De uma maneira geral, o filtrado B apresentou valores de absorbância superiores aos do filtrado A, sendo estes valores de 93, 87,9 e 88,3% para os colorantes amarelo, laranja e vermelho, respectivamente. Assim, a máxima absorbância foi obtida para o filtrado B a 400 nm (2,605 UA), seguido pelos valores para este mesmo filtrado a 470 (1,285 UA) e 490 (1,029 UA) nm, correspondendo a 43 e 34% do valor máximo obtido. Nas condições experimentais houve uma maior produção de colorantes amarelos, extraídos eficientemente do substrato em solução tampão do que em água. Portanto, pode-se concluir que o resíduo utilizado mostrou-se ser um eficiente substrato para produção de colorantes por P. purpurogenum, e esta espécie pode ser considerada um potencial produtor de colorantes naturais. Os autores agradecem o apoio financeiro concedidos pela FAPESP, CAPES e CNPq.


Palavras-chave:  colorantes naturais, fermentação semi-sólida, fungo