25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1103-3


Área: Microbiologia Veterinária ( Divisão G )

MYCOPLASMA SPP EM AMOSTRAS BIOLÓGICAS DE ANIMAIS DE LABORATÓRIO E CULTIVO CELULAR: DETECÇÃO POR CULTIVO E REAÇÃO EM CADEIA DA POLIMERASE (PCR).

Daniele Masselli Rodrigues Demolin (CEMIB/UNICAMP); Clarice Yukari Minagawa (CEMIB/UNICAMP); Lenira Aparecida Guaraldo Andrade (CEMIB/UNICAMP); Josélia Cristina de Oliveira Moreira (CEMIB/UNICAMP); Silvio Rogério Cardozo Santos (CEMIB/UNICAMP); Delma Pegolo Alves (CEMIB/UNICAMP); Rovilson Gilioli (CEMIB/UNICAMP)

Resumo

Mycoplasma pulmonis é relatado como um dos agentes infecciosos frequentemente encontrado em animais de laboratório podendo influenciar resultados experimentais. Linhagens celulares utilizadas em pesquisas biomédicas e biotecnológicas podem estar contaminadas por várias espécies de Mycoplasma e Acholeplasma provocando alterações em suas características funcionais. Em animais de laboratório, M.pulmonis coloniza o trato respiratório e genital e ouvido médio. Geralmente, a infecção é subclínica embora manifestações clínicas podem ser encontradas. A detecção de contaminação por Mycoplasma spp requer o uso  de procedimentos como cultivo, métodos sorológicos e técnicas moleculares, sendo a PCR uma ferramenta complementar importante nos programas de monitorização sanitária em biotérios, atualmente. Foram analisadas 24 amostras: pulmão(n=2) e lavado traqueal de ratos (n=18), placentas de camundongos submetidos à histerectomia (n=4) e 07 linhagens celulares (CACO-2, MDCK, 3T3, L929, MA-104, SK6 E NEURO-2A). Todas as amostras biológicas e as linhagens celulares foram cultivadas em caldo PPLO enriquecido e em ágar PPLO. Para a confirmação de crescimento de Mycoplasma spp nos meios de cultivo foi realizada uma PCR grupo-específica utilizando primers direcionados para regiões conservadas do gene 16S do RNAr da família Mollicutes. Para a determinação da espécie, as amostras positivas, foram testadas com primer  espécie-específico que amplifica as espécies de M.pulmonis, M.arthritidis, M.neurolyticum, M.arginini e M.urealyticum. Das 24 amostras testadas, 20(83,33%) foram positivas no cultivo com caldo PPLO e em meio sólido foi possível observar a presença de colônias com morfologia típica de "ovo frito". As amostras de placenta foram negativas no cultivo e PCR. Observou-se 18 amostras positivas (75%) quando testadas com primer grupo-específico e 13 positivas (54,16%) para M.pulmonis com o uso de primer espécie-específico. Das linhagens celulares testadas, 5 (71,42%) foram positivas com primer grupo-específico. A utilização deste primer pode ser uma alternativa na detecção rápida de contaminações por espécies de Mycoplasma em amostras biológicas de animais de laboratório e em culturas celulares. Algumas espécies de Mycoplasma causam infecção uterina e atravessam a barreira placentária, sendo fundamental a análise das amostras de placenta para validar a eficiência do procedimento de histerectomia adotado na eliminação de contaminações em colônias de animais de laboratório.


Palavras-chave:  Mycoplasma spp, Animais de Laboratório, Cultivo Celular, PCR