25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1098-1


Área: Microbiologia de Alimentos ( Divisão K )

DETECÇÃO DE GENES DO CLUSTER EGC EM STAPHYLOCOCCUS AUREUS ISOLADOS DE ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL

Fernando Zocche (UFPEL); Caroline Peixoto Bastos (UFPEL); Wladimir Padilha da Silva (UFPEL)

Resumo

Entre as bactérias do gênero Staphylococcus, S. aureus é a mais relacionada a casos e a surtos de intoxicação alimentar devido à capacidade de produzir enterotoxinas (EE). O objetivo deste estudo foi detectar genes pertencentes ao cluster egc (seg, sei, selm, seln e selo) em S. aureus isolados em diferentes alimentos de origem animal e relacionar sua presença com a origem das cepas. Foram utilizados pares de oligonucleotídeos para amplificação individual dos fragmentos dos genes seg, sei, selm, seln e selo e para amplificação parcial do cluster egc. O perfil enterotoxigênico das cepas de S. aureus variou de acordo com a sua origem (Tabela 1), e houve relação entre a presença de determinados genes de EE e o alimento de origem animal fonte do isolamento.

Tabela 1: Distribuição e porcentagem dos diferentes genótipos do agrupamento egc em S. aureus isolados em alimentos de origem animal.

Genótipos

Origem e número de cepas

carcaça de frango (n=14)

Embutidos cárneos (n=8)

queijo tipo colônia e minas frescal (n=5)

 leite cru

(n=14)

Total

(n=41)

n

%

n

%

n

%

n

%

n

%

egc(-)*

5

35,8

4

50

3

60

14

100

26

63,4

egc(+)**

9

64,2

1

12,5

-

-

-

-

10

24,4

seg, selm, seln, selo

-

-

1

12,5

2

40

-

-

3

7,3

seln

-

-

2

25

-

-

-

-

2

4,9

* não portadores de gene pertencente ao agrupamento egc; ** portadores de seg, sei, selm, seln, selo.

Dez cepas portavam o cluster egc completo, entretanto, apenas uma (10%) foi isolada em embutidos cárneos. Em trinta e uma cepas não houve amplificação do fragmento de 3375pb, utilizado nesse estudo como marcador do cluster egc (egc parcial). Embora três dessas cepas (uma proveniente de embutidos cárneos e duas de queijos), carreassem os genes seg, selm, seln e selo, e duas (isoladas em embutidos) possuíssem apenas o gene seln, nenhuma carreava o gene sei, o que pode explicar a ausência de amplificação do egc parcial. Há presença de genes do cluster egc em S. aureus isolados em alimentos de origem animal, entretanto, diferentes genótipos podem ser observados em função da fonte de isolamento. Em S. aureus isolados de frangos a presença do cluster egc completo é elevada.

 

AGRADECIMENTOS

 

Ao CNPq, processo 478100/04-3, pelo suporte financeiro.

CAPES.


Palavras-chave:  Staphylococcus aureus, CLUSTER egc, ENTEROTOXINAS, ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL