25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1095-1


Área: Microbiologia Veterinária ( Divisão G )

GENOTIPAGEM (MLVA16) DE BRUCELLA ABORTUS ISOLADOS DE BOVINOS NO BRASIL

Silvia Minharro (UFT); Elaine Seles Dorneles (UFMG); Juliana Pinto da Silva Mol (UFMG); Rebeca Barbosa Pauletti (UFMG); Heinrich Neubauer (FLI); Maurício Gautério Dasso (FEPAGRO/IPVDF); Fernando Padilha Poester (UFMG); Paulo Martins Soares Filho (MAPA); Eliana Scarcelli (CPDSA/IB); Marcos Bryan Heinemman (UFMG); Renato de Lima Santos (UFMG); Andrey Pereira Lage (UFMG)

Resumo

Técnicas de MLVA (Multiple Locus VNTR analysis) tem sido utilizada na investigação epidemiológica da Brucella spp. auxiliando em programas de controle e de vigilância pela identificação e caracterização de agrupamentos dos genótipos. Os objetivos deste trabalho foi realizar a genotipificação de B. abortus isoladas de bovinos entre 1977 a 2008 de vários estados do Brasil, identificar possíveis padrões de agrupamentos e modo de distribuição no país. Foram utilizadas 137 amostras de B. abortus dos Estados de Minas Gerais, Pará, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins. Para a definição do perfil genotípico, o DNA de cada amostra foi analisado pela técnica do MLVA-Typing por meio de 16 iniciadores para diferentes loci com VNTR de Brucella spp.. A análise das imagens dos géis e dos conglomerados dos genótipos foi realizada com o auxílio do programa Bionumerics 5.1 (Applied Maths, Bélgica). A análise identificou 89 genótipos, que foram descritos pela primeira vez pelo nosso estudo. As amostras de B. abortus isoladas nos seis estados brasileiros apresentaram-se bem definidas em dois grandes conglomerados com similaridade de 51,6%. O conglomerado I agrupou 35,7% (49/137) das amostras de B. abortus, agrupando os genótipos do painel 1: 40, 33, II e III, distribuídas em cinco dos seis estados estudados, com exceção de Santa Catarina, além das amostras de referência de B. abortus biovariedades 5, 6 e 9. O conglomerado II agrupou 64,3% (88/137) das amostras. Neste último ficaram reunidas os genótipos do painel 1: 28, IV, 32 e V, isolados principalmente na região sul e sudeste, as amostras de referência de B. abortus 1, 2 e 4 e as amostras vacinais de B. abortus 1 B19 e RB51. O genótipo 28 foi o mais freqüente (60%), concentrado no sul e sudeste do Brasil. O genótipo 40 foi o segundo mais isolado (33%) com maior incidência na região norte. Os genótipos identificados como I, II, III, IV e V ainda não foram descritos  e, portanto, receberam a identificação em algarismos romanos para diferenciá-los dos demais. A genotipagem dos isolados de B. abortus é de grande importância, pois possibilita a construção de um bando de genótipos de Brucella spp. do Brasil, e  no futuro da América Latina, que certamente contribuirá para o melhor conhecimento da epidemiologia e controle da brucelose bovina nestes países.


Palavras-chave:  Brucella, genotipificação, bovinos, Brasil