25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1087-1


Área: Microbiologia Geral e Meio Ambiente ( Divisão L )

DESCOLORAÇÃO E DETOXIFICAÇÃO DE TRÊS AZO CORANTES POR CANDIDA RUGOSA ISOLADA DO SEMI-ÁRIDO BRASILEIRO

Carlos Nascimento (Fiocruz - INCQS); Danielly Magalhães (IOC - Fiocruz); Marilia Nishikawa (Fiocruz - INCQS); Manuela da Silva (Fiocruz - INCQS)

Resumo

A persistência de resíduos perigosos no ambiente é um problema público, científico e de interesse regulatório devido ao potencial tóxico, mutagênico, carcinogênico e à capacidade de bioacumulação destes compostos. O interesse no potencial de poluição de corantes têxteis tem sido primariamente apontado devido a possíveis problemas à saúde e ao ambiente, principalmente os corantes reativos onde o grupo mais usado como cromóforo é do tipo azo. O tratamento biológico é uma alternativa de menor custo e ambientalmente mais aceitável. Para superar estas dificuldades, fungos têm sido investigados por seu potencial de degradar corantes têxteis. O potencial de descoloração e detoxificação de três corantes (Reactive Red 198, Reactive Blue 214 and Reactive Red 141) pela levedura da espécie <i>Candida rugosa<i> isolada de reservatórios de água na região do Parque Nacional da Serra da Capivara, área de proteção ambiental na caatinga do Estado do Piauí com clima semi-árido, foi avaliado.

A identificação de <i>C. rugosa<i> foi baseada nas características fisiológicas, bioquímicas e caracterização morfológica. Estudos taxonômicos utilizando técnicas de biologia molecular estão sendo realizados para complementar esta identificação.

<i>C. rugosa<i> foi cultivada em PDB acrescido de 100 mg L-1 do corante, incubados sob agitação e ao abrigo da luz. A avaliação do nível de descoloração do corante (análise em espectrofotômetro UV/VIS) foi realizada no final de 7 dias de incubação. Os espectros foram lidos entre 200 a 700 nm de absorbância. Testes toxicológicos foram realizados para avaliar o nível de toxicidade depois da descoloração, usando o teste de toxicidade aguda com o microcrustáceo <i>Daphinia pulex<i>. Os testes seguiram o protocolo OECD 202.

<i>C. rugosa<i> foi eficiente tanto na descoloração quanto na detoxificação dos três corantes avaliados, descolorindo totalmente os corantes VR198 e VR141, sem adsorção e apenas AR214 não foi eficientemente descolorido. <i>C. rugosa<i> reduziu a toxicidade de todos os corantes 100% descoloridos e apenas o corante AR214, que não foi totalmente descolorido, sofreu aumento da toxicidade.


Palavras-chave:  azo corantes, Candida rugosa, descoloração, detoxificação, semi-árido