PRODUÇÃO DE RAMNOLIPÍDIOS POR MUTANTES RANDÔMICOS DE PSEUDOMONAS AERUGINOSA LBI

Vinícius Luiz da Silva (UNESP); Roberta Barros Lovaglio (UNESP); Jonas Contiero (UNESP)

Os biossurfactantes são metabólitos que apresentam atividade superficial e são sintetizados por uma grande variedade de microrganismos, apresentam alta diversidade estrutural, baixa toxicidade e alta biodegradabilidade. Apesar das vantagens descritas, os biossurfactantes não são amplamente utilizados pelas indústrias devido ao alto custo de produção. O desenvolvimento de linhagens altamente produtoras através de mutação ou recombinação gênica tem sido adotado, visando a redução dos custos de produção dos biossurfactantes. No presente estudo avaliou-se a potencialidade de um banco de mutantes para produzir ramnolipídios. Os clones foram obtidos através da mutação randômica da linhagem de Pseudomonas aeruginosa LBI, utilizando o kit EZ-Tn5™ Tnp Transposome. Foram realizadas fermentações em tubos de ensaio utilizando meio salino, acrescido de 2% de borra de óleo de milho e algodão como fontes de carbono. Avaliou-se 10 mutantes frente às 2 fontes citadas e os experimentos foram realizados em duplicata. O inóculo foi preparado a partir da cultura estoque, onde 5 mL do meio foi inoculado com 100 μl do mutante e incubado por 48 horas a 30ºC, 200 rpm. Em seguida, 1 mL deste caldo foi diluído, realizadas leituras de absorbância e diluições para padronização da Densidade Óptica (D.O) = 0,7 ± 0,02. Após atingir a D.O, 4% desta solução foi transferida para tubos contendo 5 mL de caldo nutriente, os mesmos permaneceram sob agitação por 24 horas, à 200 rpm e 30ºC. Transferiu-se 5% deste inóculo para tubos contendo meio salino e 2% da fonte de carbono. Os tubos foram incubados por 72 horas, à 200 rpm e 30ºC. Após este período realizou-se testes para quantificar o ramnolipídio produzido. Ao utilizar borra de óleo de milho, 3 clones apresentaram maior produção que P. aeruginosa LBI, já com borra de óleo de algodão 7 clones proporcionaram maior síntese de ramnolipídios em relação a linhagem selvagem. As linhagens 1B10 e 1C1 apresentaram aumento na produção do biossurfactante nas duas fontes avaliadas. Os mutantes mostraram-se eficientes, elevando a produção de ramnolipídios em até 189% quando comparado com P. aeruginosa LBI. Agradecemos a FAPESP pelo apoio financeiro