25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1076-1


Área: Imunologia ( Divisão E )

VÍRUS INFLUENZA RECOMBINANTES EXPRESSANDO ANTÍGENOS DE TRYPANOSOMA CRUZI COMO VETORES VACINAIS

Rafael Polidoro Alves Barbosa (UFMG); Alexandre Vieira Machado (IRR); Maurício Martins Rodrigues (UNIFESP); Ricardo Tostes Gazzinelli (UFMG)

Resumo

Apesar dos notáveis avanços na ciência ao longo do último século, as doenças parasitárias são grave problema de saúde pública nos países em desenvolvimento. Dentre tais doenças, merece menção a doença de Chagas, a qual é causada pelo protozoário intracelular Trypanosoma cruzi. Esta doença é a causa da morte de aproximadamente 23 mil pessoas a cada ano. Atualmente, não existe qualquer vacina para uso em humanos disponível contra esse parasita e a terapia medicamentosa é muito ineficaz. Os vírus recombinantes são candidatos interessantes para o desenvolvimento de vacinas contra doenças parasitárias, sendo que diversos estudos já demonstraram que  uma resposta imune heteroespecífica mais eficaz pode ser observada quando dois vetores virais diferentes foram utilizados para a primeira e para a segunda imunização (sistema heterólogo de iniciação e reforço da resposta imune). No presente estudo, nós utilizamos a técnica de biologia molecular conhecida como genética reversa para construir vírus influenza recombinantes carreando porções das seqüências codificadoras das proteínas trans-sialidase (TS) e da proteína de superfície 2 das formas amastigotas (ASP-2) do T. cruzi. Os vírus obtidos se mostraram geneticamente estáveis após duas clonagens e uma primeira etapa de amplificação em células MDCK. Além disso, nós demonstramos a capacidade dos vírus influenza recombinante carreando a um fragmento da TS em expressar essa seqüência heteróloga em cultura celular. Atualmente, estamos caracterizando os outros vírus obtidos quanto à capacidade dos mesmos em expressar as respectivas seqüências heterólogas. Numa segunda etapa,  avaliaremos a capacidade desses vírus em induzir resposta imune heteroespecífica anti-TS ou anti-ASP2 em camundongos imunizados. Finalmente, tais vírus serão utilizados em protocolos heterólogos de indução e reforço da resposta imune, em associação com adenovírus ou vírus MVA carreando os antígenos TS ou ASP-2, visando ao desenvolvimento de uma vacina contra a Doença de Chagas. Por fim, faremos ensaios de proteção de modo a avaliar a proteção gerada pela imunização dos diferentes protocolos em camundongos ante ao desafio com Trypanosoma cruzi.


Palavras-chave:  Vírus recombinantes, doença de Chagas, vacinas recombinantes, vírus influenza, prime-boost