SINERGISMO DA AÇÃO ANTIBACTERIANA ENTRE PLANTAS MEDICINAIS E ANTIMICROBIANOS CONVENCIONAIS

Nathalia Cristina Cirone Silva (Unesp Botucatu); Lidiane Nunes Barbosa (Unesp Botucatu); Luiz Claudio Di Stasi (Unesp Botucatu); Ary Fernandes Júnior (Unesp Botucatu)

As bactérias patogênicas ao homem e animais vêm mostrando níveis crescentes de resistência aos antimicrobianos conhecidos, sendo atualmente os extratos e óleos essenciais de plantas bastante estudados visando a terapêutica das doenças infecciosas. Esta pesquisa objetivou verificar sinergismo, utilizando metodologia de curvas de sobrevivência, entre produtos vegetais (extratos hidrometanólicos e óleos essenciais) e drogas antimicrobianas, cuja ocorrência de sinergismo foi verificada previamente pela metodologia dos discos (Kirby & Bauer). Assim foram realizados ensaios de curvas de sobrevivência para extratos metanólicos de assa peixe e alecrim do campo com cefepime e gentamicina para linhagem de Escherichia coli e para óleos de assa peixe, camomila, pitanga e alecrim do campo, além de extratos de camomila, juntamente com rifampicina, cefepime, gentamicina, ciprofloxacina, sulfazotrin, tetraciclina e cloranfenicol para uma linhagem de Staphylococcus aureus. Foram preparados tubos contendo meio de cultura e misturas dos antimicrobianos e respectivos produtos vegetais nas proporções de ¼ dos respectivos valores de CIM, sendo tomadas alíquotas de cultivo para realização de subculturas e contagem de células viáveis nos tempos zero, 2, 4, 9 e 24 horas. Verificou-se que algumas interações sinérgicas foram possíveis para óleo de assa peixe com cefepime, sulfazotrin e rifampicina; óleo de alecrim do campo junto com sulfazotrin e cefepime e óleo de camomila e rifampicina e ciprofloxacina frente a S.aureus. Nos casos de sinergismo foram possíveis inibições de crescimento bacteriano superiores que quando as drogas testadas isoladamente. Em relação às outras interações possíveis, como exemplo antagonismo, verificou-se ocorrência deste tipo de interação exclusivamente para a linhagem de E.coli. Desta forma, foi possível verificar o potencial de uso dos produtos naturais como coadjuvante no tratamento de doenças infecciosas, com a ressalva que são necessários estudos in vivo alem dos ensaios toxicológicos destes produtos.