POTENCIAL ANTIMICOBACTERIANO DE EXTRATOS VEGETAIS E MICRORGANISMOS ISOLADOS DE DIFERENTES HABITATS DO BRASIL: NOVAS PERSPECTIVAS PARA TRATAMENTO DAS MICOBACTERIOSES?

Alessandra Marques Cardoso (UFG); Jenny Etzel Ferrales Zaldivar (UG); Ariana Alves Rodrigues (UFG); Camila Xavier de Carvalho (UFG); Rosane Nassar Meireles Guerra (UFM); José Daniel Gonçalves Vieira (UFG); Ana Paula Junqueira-kipnis (UFG); André Kipnis (UFG)

Introdução: Nos últimos anos tem-se observado um número expressivo de surtos e pseudo-surtos causados por micobactérias não-tuberculosas (MNT) em várias regiões do mundo, incluindo vários estados brasileiros, dentre eles Goiás, São Paulo, Distrito Federal, Pará, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Consideradas emergentes, as MNT podem estar associadas a infecções pós-cirúrgicas ou pós-traumatismo na pele e em tecidos moles, apresentando caráter iatrogênico, acometendo indivíduos imunocomprometidos e imunocompetentes, sobretudo no ambiente hospitalar. Esse estudo objetivou determinar a atividade antimicrobiana de extratos vegetais e extratos obtidos a partir do crescimento de bactérias isoladas de diferentes habitats frente às MNT. Material e Métodos: Pelo método de microdiluição em caldo Mueller-Hinton foram avaliados os seguintes extratos frente ao M. abscessus ATCC19977 e ao M. massiliense G02 (isolado de um paciente com infecção de joelho após videocirurgia realizada em Goiânia/GO): A) Extratos vegetais (7): arroz, vismia água mãe, vismia maduros fapuosa, babaçu, jambolão, EA chenopodium, extrato de Te; B) Extratos obtidos a partir do crescimento de bactérias isoladas de solos de cerrado e mata atlântica, NIM (Azadirachta indica A. JUSS) e ambiente cavernícola (10): NIM1, NIM2, TILA3, TILA4, TIJA2, TIJA5, ADU1.3, ADU2.2, ADU2.5, PEG23 (banco de extratos do Laboratório de Microbiologia Ambiental do IPTSP/UFG). Foram realizados controle de esterilidade do meio de cultura e extratos, bem como controle de crescimento das MNT e teste de suscetibilidade à amicacina, conhecidamente ativa contra M. abscessus e M. massiliense. Discussão e resultados: Dos 17 extratos avaliados o único capaz de inibir o crescimento in vitro foi o ADU1.3, obtido a partir do crescimento de um actinomiceto isolado do solo de Aparecida de Goiânia/GO, evidenciando a importância dos actinomicetos na produção de antibióticos naturais. Esse resultado corrobora com os dados da literatura no que tange à extraordinária resistência das micobactérias aos antibióticos, devido principalmente à parede celular, cuja camada externa contém grande quantidade de ácido micólico, formando uma camada cérea resistente. Conclusão: O estudo evidenciou potencial antimicrobiano das moléculas bioativas presentes no extrato ADU1.3 contra MNT, sugerindo a aplicação biotecnológica destas substâncias. Apoio Financeiro: CNPq