25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1038-2


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

RESISTÊNCIA EM PSEUDOMONAS AERUGINOSA ASSOCIADA COM GRUPOS CLONAIS E INTEGRONS

Eduardo Carneiro Clímaco (FCFRP-USP); Daniela Yumi Takata (FCFRP-USP); Joseane Cristina Ferreira (FCFRP-USP); Murilo Gomes Oliveira (FFB-UFJF); Ana Lúcia Costa Darini (FCFRP-USP)

Resumo

Introdução. Pseudomonas aeruginosa é um dos patógenos mais associados com infecções nosocomial. Além disso, essa espécie se destaca pela resistência intrínseca e por ser capaz de adquirir novos elementos genéticos relacionados à multirresistência (MDR), como integrons. O objetivo do estudo foi pesquisar integrons de classe 1, 2 e 3 em isolados de P. aeruginosa e comparar com o perfil de sensibilidade e com o perfil clonal dessas bactérias. Material e Métodos. Foram estudados 131 P. aeruginosa isoladas de pacientes do Hospital Universitário da UFJF, entre 2000 e 2007. Inicialmente, o perfil de sensibilidade foi avaliado por disco difusão e, em seguida, as bactérias foram tipadas por PFGE. A presença de integrons de classe 1, 2 e 3 foi estudada pela amplificação específica dos genes intI1, intI2 e intI3, e pela análise do polimorfismo de restrição, de genes intI digeridos com HinfI e RsaI.  Resultados. 38,2% (50/131) dos isolados apresentaram fenótipo MDR (resistência a, pelo menos, três dos antibióticos: aminoglicosídeos, penicilinas antipseudomonas, carbapenêmicos, cefalosporinas e quinolonas). Polimixina B foi o antibiótico mais eficiente, (para 100% dos isolados), seguida pelo imipenem (59,9%). Os antibióticos menos eficientes foram levofloxacina, ciprofloxacina e norfloxacina, as quais, respectivamente, 32,8%, 35,1% e 35,9% dos isolados foram sensíveis. A análise da PFGE demonstrou um grupo predominante maior, contendo 33 isolados, e outros 14 menores, contendo de 3 a 14 isolados. Mais de 80% dos representantes do grupo maior (grupo I) e de outros dois menores (IV e X) apresentaram MDR. Esses representam 88% do total das bactérias MDR. Integrons de classe 2 e 3 foram observados, respectivamente, nos isolados Ps123 e Ps110, os quais apresentaram MDR. Integrons de classe 1 foram evidenciados em 64 isolados (48,5%), destes, 48 isolados apresentaram MDR (p<0,0001). Conclusão. Apesar da relação estatística entre integron de classe 1 e MDR, esse fenótipo parece estar mais relacionados a alguns grupos clonais que acumularam ao longo do tempo elementos genéticos relacionados à resistência, inclusive tais integrons. A presença de integrons de classe 1 não pode ser utilizada como marcador para MDR, pois alguns isolados não MDR apresentaram esse elemento. Os integrons parecem estar mais associados, especificamente, com resistência a aminoglicosídeos.


Palavras-chave:  integron, multirresistência, infecção hospitalar, Pseudomonas