25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1031-2


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E GENOTÍPICA DE AMOSTRAS DE SALMONELLA PANAMA ISOLADAS DA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL .

Maria Regina Pires Carneiro (IMPPG/UFRJ); Juliana Gomes de Souza (IMPPG/UFRJ); André Felipe das Mercês Santos (IOC/Fiocruz); Eliane Moura Falavina dos Reis (IOC/Fiocruz); Dália dos Prazeres Rodrigues (IOC/Fiocruz); Sergio Eduardo Longo Fracalanzza (IMPPG/UFRJ)

Resumo

Salmonella Panama pertence ao sorogrupo D1 e é frequentemente implicada em casos humanos de salmonelose não tifóides em diferentes países. Este sorotipo geralmente causa gastroenterite, mas é um dos muitos sorotipos que podem causar doença invasiva e está associado com bacteremia e meningite. O objetivo desse estudo foi caracterizar fenotípica e genotipicamente  amostras de Salmonella Panama, isoladas  no periodo 2001-2008 da região nordeste do Brasil, de casos de infecção ou colonização em humanos e de diversas fontes não humanas. Estas amostras estavam preservadas na Coleção de Culturas do Laboratório de Referência Nacional de Entero-Infecções do Instituto Oswaldo Cruz,Fiocruz, Rio de Janeiro. Quarenta e quatro amostras foram incluídas no estudo. A identificação no gênero Salmonella e a classificação no sorotipo Panama foram realizadas por métodos padrões. A susceptibilidade aos antimicrobianos foi determinada pela técnica de disco difusão e a pesquisa de genes de virulência como invA (invasão), fimA e agfA (aderência), sfbA (componente do sistema transportador de ferro), phoP/Q (sobrevivência no interior do macrófago), slyA (regulador transcricional), spvC (plasmídio de virulência de salmonela)  e fliC (motilidade, aderência e invasão) foi realizada pela técnica da reação da polimerase em cadeia (PCR). A diversidade genética de um subgrupo de 17 destas amostras foi avaliada por eletroforese em campo pulsado (PFGE), utilizando-se a enzima XbaI. Todas as amostras foram sensíveis aos antimicrobianos testados, com exceção da estreptomicina, e apresentavam os genes invA, fimA, agfA, sfbA e phoP/Q (uma amostra foi negativa), mas foram negativas para spvC e fliC. O gene slyA foi positivo para 11 amostras. Por PFGE, 2 complexos clonais puderam ser identificados, A e B, com 11 subgrupos, sendo 8 em A e 3 em B. Os perfis A2, A5 e B3 abrigaram 2 amostras cada, as quais apesar de terem origens e ano de isolamento diversos apresentavam um alto índice de similaridade dentro de cada perfil. Nossos dados mostram que as amostras de S.Panama, incluídas neste estudo, isoladas na região nordeste, e de origem humana, animal ou ambiente, apresentam fatores de virulência importantes que podem facilitar a sua colonização e invasão em humanos. Apesar da heterogeneidade da população de amostras estudada, apenas uma relativa diversidade genética pode ser observada por PFGE.


Palavras-chave:  Salmonella Panama, Caracterização fenotípica, Caracterização genotípica, PFGE, Fatores de virulência