FATORES DE RISCO PARA INFECÇÃO HOSPITALAR POR PSEUDOMONAS AERUGINOSA PRODUTORA DE METALO-BETA-LACTAMASE EM UM HOSPITAL DE ENSINO

Dayane Otero Rodrigues (UFU/ICBIM); Renata Cristina Cezário (UFU/ICBIM); Sabrina Royer (UFU/ICBIM); Denise Von Dolinger de Brito (UFU/ICBIM); Paulo Pinto Gontijo Filho (UFU/ICBIM)

A prevalência de Pseudomonas aeruginosa produtora de metalo-b-lactamase tem aumentado mundialmente, particularmente em hospitais brasileiros, dificultando a conduta terapêutica. O objetivo do trabalho foi avaliar se os fatores de risco para pneumonias associadas à ventilação mecânica (PAVs) por Pseudomonas aeruginosa produtora de metalo-b-lactamase (MBL-PA) diferem daqueles das não-MBL-PA. Foi realizado um estudo caso-controle retroscpectivo na unidade de terapia intensiva (UTI) mista do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), incluindo pacientes com PAV por MBL-PA (40, casos) e não-MBL-PA (53, controles), entre dezembro/2005 a dezembro/2007. Uma ficha individual foi preenchida com as características demográficas, fatores de risco e evolução dos pacientes. O diagnóstico microbiológico foi quantitativo (> 10⁶  UFC/ml) e a identificação bacteriana realizada por testes clássicos. Os isolados resistentes à ceftazidima e/ou imipenem foram submetidos à detecção fenotípica de produção de MBL. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HC-UFU (Registro: 016/06) e a análise estatística realizada pelos testes de X² e Exato de Fisher. Quanto aos resultados, os fatores de risco incluindo escore ASIS, hospitalização prévia, hospitalização na UTI por 7 dias ou mais, ventilação mecânica (VM) por 5 dias ou mais, presença de 3 ou mais procedimentos invasivos, uso de carbapenemas, fluorquinolonas, uso de 3 ou mais antibióticos e mortalidade hospitalar foram significativamente (p<0.05) associados com PAV por MBL-PA. As taxas de resistência frente aos antibióticos foram signficativamente maiores entre as amostras MBL-PA, tanto para b-lactâmicos (imipenem, 100,0%, ceftazidima, 70,0%), como não-b-lactâmicos (ciprofloxacina, 18,7%, gentamicina, 47,5%). Conclui-se que as PAVs por MBL-PA foram associadas a maior gravidade do paciente, maior tempo de internação e de VM, uso de antibióticos, destacando-se carbapenemas e fluorquinolonas, e uso de 3 ou mais procedimentos invasivos, apresentando uma evolução clínica pior, com maior taxa de mortalidade.