25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:963-1


Área: Micologia Médica ( Divisão B )

AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DAS CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO DE ESCOVAS DENTAIS INFANTIS EM CRECHE NA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE.

Carlos Roberto Weber Sobrinho (UFPE); Maria das Graças Camara Antas (UFPE); Sara Grinfeld (UFPE); Cleide Clea Cunha Miranda (UFPE)

Resumo

A escova dental é o instrumento de higiene bucal mais usado na prevenção das doenças periodontais e cárie. Entretanto, tais instrumentos podem agir como reservatórios de microorganismos provenientes não só da cavidade oral, mas também do meio onde são armazenadas. Esta contaminação implica a possibilidade de reinfecção por abrigar microorganismos patogênicos. Assim as escovas dentais podem servir como fonte e/ou veículo para transmissão ou reintrodução na cavidade bucal de microrganismos de origem intra ou extra-bucal. O propósito do presente estudo foi identificar as espécies bacterianas nas cerdas de escovas dentais infantis e seus recipientes de armazenamento utilizados em uma creche na Região Metropolitana do Recife. Foram realizadas coletas das cerdas de 36 escovas dentais infantis e nos 4 recipientes que as armazenavam (tampa, base, suporte orifícios). A coleta de material foi realizada utilizando swab umedecido com soro fisiológico, sendo posteriormente introduzido em tubo de ensaio contendo caldo BHI (DIFCO). Os isolamentos bacterianos foram realizados em meio Agar Sangue (Base DIFCO) e Agar Levine (BIOBRAS). O meio de triagem para bactérias Gram-negativas foi o TSI (BIOBRAS) e a identificação das espécies bacterianas foi realizada através do API-20E (BIOMERIEUX). Os isolamentos fúngicos foram realizados em Sabouraud Agar (DIFCO) e a identificação do gênero através do exame de micromorfologia direta. Os resultados mostram que em 100% das escovas foi possível o isolamento bacteriano, no entanto, o isolamento fúngico apresentou um percentual de apenas 91,66%. Do total de escovas dentais analisadas, foram identificadas bactérias dos gêneros Staphylococcus coagulase-negativa (11,11%), Streptococcus α-hemolíticos (13,89%) e das espécies Klebsiella pneumonia (58,33%), Pseudomonas aeruginosa (55,56%) e Enterobacter cloacae (30,56%). Dos 4 recipientes analisados, 3 apresentavam Klebsiella pneumoniae e Pseudomonas aeruginosa e apenas 1 apresentava ainda Enterobacter cloacae. Em todos os recipientes foi encontrada Candida sp. e em apenas dois deles Aspergillus sp. e Penicilium sp. Concluiu-se que as escovas dentais apesar de apresentarem boas condições físicas, seu armazenamento e os cuidados após a escovação eram deficientes, sugerindo-se a necessidade de orientação e motivação dos funcionários da creche quanto ao correto acondicionamento das escovas.


Palavras-chave:  Escovas dentais, Higiene bucal, Patógenos orais