25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:942-1


Área: Microbiologia de Alimentos ( Divisão K )

RESISTÊNCIA FENOTÍPICA E PRODUÇÃO DE TOXINA ESTAFILOCÓCICA EM STAPHYLOCOCCUS AUREUS DE AMOSTRAS DE ALIMENTOS

Camila Fonseca Rizek (FSP - USP); Pedro Manuel Leal Germano (FSP - USP); Fabiana Bispo Martins (FSP - USP); Milena Dropa (FSP - USP); Maria Helena Matté (FSP - USP)

Resumo

Introdução. Staphylococcus aureus são microrganismos responsáveis por toxinfecções (toxina estafilocócica), sendo a terceira causa mundial de gastrenterites. Possui ampla resistência a antibióticos, fator pouco considerado em amostras alimentares e que pode oferecer grande risco à populaçãonão-hígida, uma vez que gastrenterites são uma importante via de transmissão de cepas resistentes. Sabe-se ainda que bactérias expostas a estresse estão mais propícias a modificações para adaptação a novos ambientes. Essas alterações podem levar a uma proteção direta ou, ainda, uma "proteção cruzada" como a resistência a antimicrobianos. Material e Métodos. As 23 cepas do trabalho são de amostras de alimentos isoladas fenotipicamente e identificadas como Staphylococcus aureus por PCR.Também foi realizada a PCR do gene codificador da toxina, ambas reações feitas com iniciadores específicos e visualizadas por eletroforese em gel de agarose. O teste de resistência fenotípica a antimicrobianos de diversas classes foi feito por disco-difusão, de acordo com as normas do CLSI. Os testes com resultado indicativo de sensibilidade foram repetidos mais duas vezes. Resultados e Discussão. Dezesseis amostras obtiveram resistência a pelo menos um antibiótico testado (e duas tiveram resposta intermediária). Oito cepas foram positivas para o gene da toxina estafilocócica, sendo passíveis de causar toxinfecção. Destas, apenas uma não apresentava resistência a nenhuma droga testada. Isto pode estar relacionado ao fato de que cepas mais patogênicas tendem a ser mais resistentes. Uma possível explicação para isto é que os microrganismos que produzem toxina o fazem somente para debilitar um hospedeiro e, se são colonizadores, podem acabar passando pelo organismo (animal ou humano) tratado com antimicrobianos levando a possível aquisição de resistência ao mesmo. Portanto, para poder sobreviver dentro do organismoque colonizam, além de sua virulência, a capacidade de não sofrerem ação de antibióticos é um fator limitante para estas bactérias. Estes resultados mostram que, de fato, produtos alimentícios podem portar cepas resistentes que passam despercebidas nesta via de transmissão, sendo crucial monitorá-la.


Palavras-chave:  Staphylococcus aureus, resistência, toxina estafilocócica, alimentos, via alimentar