PREVALÊNCIA E PERFIL DE SENSIBILIDADE AOS ANTIMICROBIANOS DE STAPHYLOCOCCUS E ENTEROCOCCUS ISOLADOS DE UROCULTURAS DE PACIENTES DA COMUNIDADE

Alexandre Braoios Braoios (UFG - Campus Jataí); Tatiane Ferreira Turatti Turatti (UNOESTE); Lívia Chain Saab Meredija Meredija (UNOESTE); Fernando Henrique Medeiros Denadai Denadai (UNOESTE); Thiago Romulo Sanchez Campos Campos (UNOESTE)

As Infecções do Trato Urinário (ITU) são responsáveis por grande parte das causas primárias de consultas médicas. As ITUs são caracterizadas por sintomas como disúria e poliúria, decorrentes da colonização e invasão tecidual microbiana de qualquer porção do trato urinário. Escherichia coli é conhecidamente o maior agente de infecções urinárias em todo o mundo, chegando a ser identificada em 90% ou mais das uroculturas positivas. Entretanto, cocos Gram-positivos, apesar de menos frequentes, são considerados também importantes agentes de ITU. Entre eles, Staphylococcus e Enterococcus se destacam, especialmente Staphylococcus saprophyticus, muitas vezes relatados como o segundo maior agente de infecção urinária em mulheres jovens. O objetivo do trabalho foi avaliar a prevalência de Staphylococcus e Enterococcus nas infecções urinárias de pacientes da comunidade, atendidos no Laboratório de Análises Clínicas da Faculdade de Farmácia da UNOESTE em Presidente Prudente, SP entre janeiro de 2006 a dezembro de 2007. Também foi avaliado o perfil de sensibilidade aos antimicrobianos das cepas. Os dados foram coletados a partir do livro de registro de exames do Setor de Microbiologia Clínica do referido laboratório. No período estudado, foram realizadas 12.869 uroculturas, sendo que 1289 deram resultado positivo. Desse total, Staphylococcus foi isolado em 4,7% e a prevalência de Enterococcus foi de 2,2%. Dentre os antimicrobianos testados, nitrofurantoína inibiu cerca de 100% e 95% das cepas de Staphylococcus e Enterococcus, respectivamente. O antimicobiano com menor poder inibitório contra as cepas de Staphylococcus foi a penicilina, inibindo cerca de 60% somente. Já Enterococcus apresentou resistência a uma considerável parcela dos antimicrobianos testados. Mais de 90% das cepas apresentaram resistência à clindamicina, gentamicina, amicacina, cefalotina, oxacilina e amoxicilina com clavulanato. Este fato chama a atenção por se tratar de cepas isoladas da comunidade, geralmente com perfil mais amplo de sensibilidade. Trabalhos consultados confirmam essa maior resistência de Enterococcus, sendo a cada ano, mais comum o isolamento de cepas multi-resistentes de pacientes da comunidade. Desse modo, tem sido cada vez mais importante a divulgação de resultados relatando a prevalência e a sensibilidade aos antimicrobianos de patógenos isolados tanto do ambiente hospitalar, como da comunidade, a fim de que medidas de controle e prevenção possam ser estabelecidas, além de ser uma importante ferramenta na orientação da terapêutica antimicrobiana.