ESTUDO DA SUSCETIBILIDADE AOS ANTIMICROBIANOS EM ISOLADOS DE PSEUDOMONAS AERUGINOSA EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO, 2008

Inês Stranieri (HUJM); Jéssica Moraes de Moura (HUJM); Marco Andrey Pepato (HUJM)

Introdução: As infecções hospitalares constituem uma das maiores causas de morbidade e mortalidade entre os pacientes hospitalizados, configurando um sério problema de saúde pública. Neste contexto destaca-se a Pseudomonas aeruginosa como uma das principais responsáveis por este tipo de infecção. A utilização de procedimentos invasivos, o uso de drogas imunossupressoras, a idade avançada, hospitalização prolongada e o uso prévio de antimicrobianos, são fatores de risco para a aquisição de infecções causadas por Pseudomonas aeruginosa. A baixa necessidade de nutrientes para o crescimento, sua tolerância a uma série de condições físicas adversas e sua resistência a agentes antimicrobianos contribuem para o sucesso ecológico e para o importante papel da P. aeruginosa como um patógeno oportunista. Metodologia: Foram analisadas 117 cepas de Pseudomonas aeruginosa isoladas de diferentes sítios anatômicos em pacientes atendidos no Hospital Universitário Julio Muller em Cuiabá, Mato Grosso, no período de janeiro a dezembro de 2008. Nas provas de identificação e no teste de sensibilidade aos antimicrobianos por concentração inibitória mínima foram utilizadas metodologias automatizadas pelo equipamento Micro Scan da Dade Behring. Discussão dos resultados: Das amostras biológicas analisadas a P.aeruginosa foi mais freqüentemente isolada nas secreções (31,7%), trato respiratório (28,2%), lesões de pele (17,1%), urina e sangue (12,8%). Os antimicrobianos que apresentaram maior percentual de resistência a P. aeruginosa foram: aztreonam, imipenem, gentamicina e cefepime, devido à diminuição da permeabilidade da membrana, consequentemente o aumento do efluxo e a produção de enzimas inativadoras desses antimicrobianos. As cepas apresentaram  sensibilidade em torno de 80% em relação à amicacina, piperacilina, levofloxacina, ciprofloxacina, e piperaciclina/tazobactan. Dos 117 isolados, 88,5% das bactérias eram produtoras de β- lactamases cromossômicas induzíveis do Grupo 1 Amp C. Conclusão: Os resultados deste estudo reforçam a necessidade do monitoramento contínuo das características de resistência deste importante patógeno hospitalar, da necessidade do uso racional dos antimicrobianos, assim como da constante implementação de barreiras para minimizar a transmissão intra-hospitalar, adotando medidas como as lavagens das mãos e o uso de equipamentos de proteção individual.