Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A ) PREVALÊNCIA DE PSEUDOMONAS AERUGINOSA E ACINETOBACTER BAUMANII RESISTENTES AOS CARBAPENÊMICOS EM HOSPITAL DE ALTA COMPLEXIDADE DE MÉDIO PORTE
Ana Milda Karsten Baumgart (LSI); Marcelo André Molinari (LSI); Alessandro Conrado de Oliveira Silveira (FURB)
ResumoIntrodução: Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter baumannii são bacilos Gram negativos não fermentadores, que nas últimas décadas vêm adquirindo importância como agentes de infecções hospitalares devido à multi-resistência por eles apresentada. As infecções causadas por esses agentes estão associadas a altos índices de mortalidade. Esse fato chama a atenção, visto que é observado um aumento na incidência de infecções hospitalares graves causadas por A. baumannii e P. aeruginosa. A partir destas observações, foi realizada uma análise retrospectiva de todas as culturas positivas para esses microorganismos no período compreendido entre janeiro de 2004 a dezembro de 2008 no Hospital Santa Isabel em Blumenau – SC.
Materiais e Métodos: Os testes de suscetibilidade antimicrobiana foram realizados pelo método de disco difusão, em 228 cepas de P. aeruginosa e 140 cepas de A. baumannii segundo os padrões do Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI).
Resultados e Discussão: Analisando o perfil de resistência do A. baumannii ao passar dos anos neste hospital, observamos que em 2004 não haviam cepas resistentes ao meropenem, já para o imipenem foi verificado que 5,13 % apresentavam-se resistentes. Já em 2005, encontramos uma resistência de 55,00% para o imipenem e 60,00% para o meropenem. A partir de 2006, as taxas de resistência foram gradativamente aumentando, chegando em 2008 até 77,27 % para o imipenem e 80,00 % para o meropenem. Em relação a P. aeruginosa constatamos que em 2004 havia apenas 6,06% de resistência para o imipenem e 6,89% para o meropenem, já em 2005 encontramos resistência de 15,38% para o imipenem e 12,82% para o meropenem, esses valores aumentaram gradativamente até 2008, onde obtivemos 45,09% de cepas resistentes para o imipenem e 25,49% para o meropenem.
Conclusão: Foram detectados altos índices de resistência, com um aumento progressivo dessas taxas para ambos os microrganismos. Além disso, pode-se salientar a presença de algumas amostras resistentes a ambos os carbapenêmicos, restando para o tratamento apenas a polimixina B. A pressão seletiva causada pelo uso indiscriminado dos antimicrobianos de amplo espectro no tratamento empírico das infecções hospitalares é, provavelmente, a principal razão para esse aumento nas taxas de resistência destes microrganimos frente aos carbapenêmicos.
Palavras-chave: Acinetobacter, infecção hospitalar, carbapenêmicos, Pseudomonas, resistência |