25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:899-1


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

PREVALÊNCIA E PERFIL DE RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA DE AMOSTRAS ISOLADAS DA URINA DE CRIANÇAS COM INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU) NO HOSPITAL INFANTIL DARCY VARGAS - SÃO PAULO, SP.

Silvio Marciano da Silva Junior (IBu); Lucas Emmanuel Ferreira Toriani (HIDV); Vagner Milanello (HIDV); Tatiana Kato (HIDV); Marta de Oliveira Domingos (IBu)

Resumo

Introdução: A Infecção bacteriana mais comumente registrada na clínica médica é a Infecção do Trato Urinário (ITU). A ITU acomete principalmente mulheres em todas as faixas etárias e Escherichia coli é o principal agente etiológico. Nos últimos anos, foi observado um aumento crescente da resistência dos uropatógenos a agentes antimicrobianos. Essa situação é ainda mais séria em pacientes pediátricos, pois a maior parte dos tratamentos é realizada sem o auxílio da urocultura positiva e do antibiograma. Para que o tratamento seja realizado de maneira empírica e eficaz, a caracterização prévia dos uropatógenos prevalentes na população é essencial. Atualmente existem poucos dados na literatura sobre ITU em crianças. Por este motivo foi realizado um levantamento da prevalência dos patógenos de setembro de 2008 a agosto de 2009 em 1250 pacientes pediátricos com quadro de infecção urinária, do Hospital Infantil Darcy Vargas com idade entre 0 e 15 anos, com o onjetivo de verificar os patógenos causadores desta infecção, bem como o perfil de resistência antimicrobiana e incidência da infecção em ambos os sexos. Materiais e Métodos: As urinas foram semeadas em Laminocultivo Urilab Trio Cled/MacConkey + CromoclinEC Laborclin Brasil e em seguida identificadas pelo crescimento no meio IAL (Instituto Adolf Lutz). O perfil de resitência antimicrobiana foi verificado de acordo com a metodologia de difusão de discos (Kirby & Bauer). Resultado e Discussão: A principal bactéria isolada foi E. coli (54,81%), seguida por Proteus sp (18,27%). além disso, foram isoladas Klebsiella sp (3,85%), Pseudomonas sp (6,73%), Enterobacter sp (5,77%), Enterococcus faecium (2,88%) e Candida ssp (6,73%). Estes resultados estão próximos da literatura brasileira, com exceção do alto índice para Candida ssp. Entre as bactérias 63,55% foram resistentes a ampicilina, 37,44% a nitrofurantoína e 29,56% a sulfametrim. A ampicilina não é utilizada comumente para o tratamento, já o sulfametrim (sulfonamida) é uma droga de primeira escolha para o tratamento. Porém, 26% das bactérias foram sensíveis a todos os antibióticos. Entre estas, 80% eram E. coli. Além disso, 66,35% dos pacientes com ITU eram do sexo masculino e 33,65% do sexo feminino, o que difere amplamente da literatura global. Até o presente estudo, a maior incidência de ITU em crianças do sexo masculino foi de 50% na Suécia. Conclusão: Estes resultados demonstram que a resistência a antimicrobianos utilizados no tratamento é menor em patógenos isolados de crianças até 15 anos do que nos isolados em adultos. Isto pode indicar que o aumento da resistência pode estar vinculado ao uso indiscriminado de antibióticos pela população em geral. Este é o primeiro estudo em que a maior parte dos pacientes pediátricos com ITU é do sexo masculino. Tal fato pode estar relacionado com a higienização inadequada dos meninos e com a presença de fimose.


Palavras-chave:  Infecção do Trato Urinário, pacientes pediátricos, perfil de resistência antimicrobiana, UPEC