25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:885-1


Área: Micologia Médica ( Divisão B )

ANÁLISE DA EXPRESSÃO DE GENES RELACIONADOS COM ESTRESSE OXIDATIVO DO FUNGO PARACOCCIDIOIDES BRASILIENSIS DURANTE UMA CINÉTICA DE INTERAÇÃO COM PNEUMÓCITOS HUMANOS

Adriane Alves de Oliveira (UnB); Simoneide Souza Silva (UnB); Cláudia Macedo (USP); Geraldo Aleixo da Silva Passos (USP); Maria Sueli Soares Felipe (UnB)

Resumo

Paracoccidioides brasiliensis é o agente etiológico da mais comum micose sistêmica da América Latina, a paracoccidioidomicose (PCM). Na forma de levedura, P. brasiliensis atua como um patógeno intracelular facultativo, sendo capaz de sobreviver e se replicar no interior de macrófagos e células epiteliais, tais como pneumócitos, como um provável mecanismo de evadir do sistema imune. Recentemente, nosso grupo utilizou a tecnologia de microarranjos de cDNA para analisar a resposta transcricional inicial de P. brasiliensis recuperado do interior de macrófagos peritoneais murinos. Este estudo revelou que em resposta ao ambiente do interior do macrófago, P. brasiliensis modula positivamente os genes Hsp60 e superóxido dismutase Cu/Zn (SOD3), ambos relacionados à detoxificação de espécies reativas de oxigênio. Para investigar a resposta do patógeno recuperado de células não-fagocíticas nós analisamos a interação entre o fungo e a linhagem de pneumócitos humanos A549 durante uma cinética de infecção através da tecnologia de microarranjos de cDNA. P. brasiliensis foi co-cultivado por 48, 72 e 96 h com os pneumócitos e estes últimos foram lisados com a subsequente liberação do fungo intacto para extração do RNA total. Foi realizada a validação por PCR em tempo real para avaliar a expressão dos seguintes genes: Hsp70, Hsp60, Hsp104, SOD3 e catalase P. Todos os cinco genes foram positivamente modulados ao longo da cinética, indicando que durante a infecção dos pneumócitos humanos, P. brasiliensis necessite se proteger de espécies reativas de oxigênio. Além disso, a expressão aumentada de proteínas de choque térmico (Hsps) na fase de levedura pode ser importante para que o fungo suporte o estresse térmico para infectar e colonizar o hospedeiro humano. Portanto, com base nesses resultados e em dados previamente descritos na literatura, sugerimos fortemente que P. brasiliensis module positivamente genes relacionados à detoxificação de espécies reativas de oxigênio para sobreviver ao ambiente hostil do interior de pneumócitos humanos.

Apoio Financeiro: FAP-DF/CNPq e MCT/CNPq.


Palavras-chave:  Paracoccidioides brasiliensis, interação patógeno-hospedeiro, estresse oxidativo