DINÂMICA POPULACIONAL DE BACTÉRIAS HETEROTRÓFICAS CULTIVÁVEIS TOTAIS ISOLADAS DE SOLOS TROPICAIS DO PARQUE AMBIENTAL DE BELÉM (PARÁ)

Luciano Chaves Franco Filho (UFPA); Alison Ramos da Silva (UFPA); Edicira Pereira Silva (UFPA); Rodrigo Santos de Oliveira (UFPA); Daniela Mayumi Kiyatake (UFPA); Raquel Carvalho Bouth (UFPA); Karla Tereza Silva Ribeiro (UFPA)

Em florestas tropicais, as bactérias de solo apresentam-se como importantes componentes no equilíbrio dinâmico desses ecossistemas, visto que são responsáveis por processos fundamentais da ciclagem de nutrientes. Diante disso, é fundamental entender a dinâmica da microbiota presente no solo, pois a partir da geração de tais conhecimentos, torna-se possível entender uma parte da complexa malha de interações das floretas tropicais, possibilitando estabelecer subsídios para políticas de conservação destes ecossistemas. Neste contexto, objetivou-se caracterizar as populações de bactérias heterotróficas cultiváveis em áreas de borda e sub-bosque no Parque Ambiental de Belém. Foram realizadas quatro coletas de solo, durante o período de estiagem, em duas áreas de borda e uma de sub-bosque. A partir das amostras procedeu-se uma série de diluições, sendo submetida a diluição 10^-2 ao método de contagem de bactérias heterotróficas em placa contendo Ágar Tripticaseína de Soja (TSA), utilizando-se a técnica “Spread Plate”, para determinar o número de UFC/g de solo. Na determinação de biótipos foram selecionadas colônias com características distintas do TSA, seguindo a caracterização através de testes metabólicos, propriedade morfo-tintorial e capacidade de formação de esporos. Os valores médios das densidades populacionais foram de 13 UFC/g na borda 1, 18,29 UFC/g no sub-bosque e 11,69UFC/g na borda 2. Foram obtidos um total de 98 isolados bacterianos, sendo 33 oriundos da borda 1, 37 da borda 2 e 28 do sub-bosque, os quais, após a caracterização fenotípica, foram agrupados em 48 biótipos. Entre os isolados da borda 1, determinou-se a presença de 19 biótipos, 19 entre os do sub-bosque e 13 da borda 2. Assim, observou-se uma menor diversidade de biótipos da borda 2, o que pode estar relacionado a grande influência que sofre do Lago Bolonha, o qual circunda esta borda, sugerindo-o como fator de diminuição no tamanho dos blocos de habitats presentes na área, determinando, consequentemente, a diminuição na diversidade de biótipos. Além disso, observou-se a menor densidade nas bordas em relação ao sub-bosque, fato esperado visto que estas áreas de ecótone são caracterizadas, para muitos organismos, pela diminuição de sua densidade. Os dados preliminares observados nesse estudo sugerem uma forte influência das áreas de borda sobre a dinâmica dos microrganismos.