TOXICIDADE DE EFLUENTE DE INDÚSTRIA PRODUTORA DE ADITIVODS PARA BORRACHA APÓS PROCESSO ELETROLÍTICO EM RELAÇÃO À CONCENTRAÇÃO DO MICRORGANISMO SACCHAROMYCES CEREVISIAE

Gisela Régis (UNESP); Ederio Dino Bidoia (UNESP)

O tratamento de efluentes é hoje o maior desafio e a grande preocupação por parte da indústria, não só pela necessidade ambiental e exigências das legislações, mas no intuito de alcançar seu reuso. Efluentes provenientes de indústria químicas contêm compostos aromáticos que contêm grupos hidroxilas e a capacidade de microrganismos em degradá-los é reduzida. O objetivo deste trabalho foi mostrar o nível de correlação entre os resultados do teste de toxicidade e os das análises eletrolíticas realizadas. Para isso foi instalado um reator eletrolítico piloto com eletrodos de aço, densidade 24 V e corrente contínua de 60 A. Após a passagem pela eletrólise em variados tempos o efluente industrial foi analisado através de cromatografia líquido-gasosa e submetido ao teste de toxicidade alternativo mediante a representação (%) da viabilidade celular (V). Os resultados mostraram uma diminuição, no efluente industrial, da concentração das substâncias químicas, processadas pela indústria, após o processo eletrolítico. A concentração está diretamente relacionada à área do pico, portanto a diminuição da concentração nos primeiros 10 min foi de 60% permanecendo desta forma, em todos os outros tempos. A eletrólise evidenciou também que à S. cerevisiae frente ao efluente bruto eletrolisado, isto é, sem tratamento biológico, infligiu menor toxicidade para S. cerevisiae a partir do tempo de 60 min; e o efluente final pós-tratamento biológico da indústria, eletrolisado permitiu uma viabilidade celular de 100% no tempo de 30 min. Este resultado quando comparado ao resultado obtido com efluente bruto permite inferir que o processo eletrolítico induz a degradação de substâncias tóxicas presentes no efluente tornando mais biocompatível para S.cerevisiae. O sistema eletrolítico mostrou que, o efluente industrial, após o tratamento tradicional efetuado pela indústria, pode ser degradado eletroliticamente nos primeiros 10 min, melhorando as condições do efluente para o descarte. As substâncias que compõem o efluente da indústria química são bastante bio-resistentes inibindo à diminuição da toxicidade a níveis permissíveis. No entanto, após o processo biológico e passando pelo processo eletrolítico, esta toxicidade diminui permitindo o estudo do reuso da água na indústria com a finalidade de lavagem de pisos, descarga sanitária ou no próprio processo de produção.