25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:837-2


Área: Micobacteriologa ( Divisão C )

PERFIL BACILOSCÓPICO DE PACIENTES COM HANSENÍASE ATENDIDOS EM UMA UNIDADE DE REFERÊNCIA NA CIDADE DE PORTO ALEGRE-RS

Letícia Maria Eidt (ADS); Marlisa Siega Freitas (ADS); Mariele Pletsch Fenalte (IPA); Luciane Cristina Gelatti (IPA)

Resumo

Introdução: A Hanseníase é uma doença infecciosa crônica causada pelo Mycobacterium leprae, um bacilo álcool ácido resistente que atinge, principalmente, pele e nervos periféricos, podendo causar incapacidades físicas e sociais, quanto mais tardio for o diagnóstico e tratamento.  A taxa de prevalência da hanseníase no Brasil é muito variável, oscilando de 0,4 a 17 casos por 10.000 habitantes (2001). O Rio Grande do Sul apresenta índices baixos de endemia quando comparado a outros estados. Ao analisar o Banco de Dados do Ambulatório de Dermatologia Sanitária do Rio Grande do Sul (ADS), percebe-se uma discreta tendência descendente no índice baciloscópico dos pacientes atendidos neste Serviço.

Materiais e Métodos: Estudo retrospectivo e descritivo de todas as baciloscopias realizadas em pacientes atendidos no Serviço de Hanseníase e no Laboratório de Baciloscopia do Ambulatório de Dermatologia Sanitária do Rio Grande do Sul (ADS), na cidade de Porto Alegre, no período de 2002 a 2007. O material obtido a partir de linfa cutânea e raspado dérmico de 4 sítios diferentes (lóbulos, cotovelos e lesões), conforme normas do Ministério da Saúde, foram corados pela técnica de Ziehl-Neelsen, sendo a quantificação baciloscópica realizada pela escala logarítmica de Ridley modificada.

Resultados: No período de 2002 a 2007, um total de 1468 pacientes realizaram baciloscopia, destes 244 (16,6%) apresentaram positividade. A frequência de positividade nos anos estudados foi de 21,3% no ano de 2002, 19,43% no ano de 2003, 15,27% no ano de 2004, 15,58 no ano de 2005, 13,42% no ano de 2006 e 16,38% no ano de 2007.

Discussão: Os dados apresentados refletem a implantação de um conjunto de ações no controle da hanseníase em nosso estado, como o início da poliquimioterapia, o desenvolvimento de ações educativas e capacitação de recursos humanos. Sustentando a necessidade contínua de investimentos, a fim de interromper a cadeia epidemiológica e a prevenção de incapacidades físicas.

Apoio: IPA


Palavras-chave:  Mycobacterium leprae, Hanseníase, Baciloscopia