25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:828-1


Área: Microbiologia Veterinária ( Divisão G )

DISTRIBUIÇÃO DE SALMONELLA ENTERITIDIS EM CAMUNDONGOS INFECTADOS ORALMENTE ATRAVÉS DA TÉCNICA QUANTITATIVA DE REAÇÃO EM CADEIA DA POLIMERASE EM TEMPO REAL

Bianca Mendes Maciel (UESC); Nammalwar Sriranganathan (VMRCVM); João Carlos Teixeira Dias (UESC); Carla Cristina Romano (UESC); Rachel Passos Rezende (UESC)

Resumo

A salmonelose é a maior causa de toxinfecção alimentar no mundo, com variações na frequência de sorotipos de um país para o outro. Salmonella Enteritidis (SE) é um desafio para o controle de qualidade na segurança alimentar devido, principalmente, à frequente condição de portador assintomático que um animal pode assumir. Este trabalho teve como ojetivo estudar a distribuição de SE em camundongos resistentes (como modelo de portador assintomático), infectados oralmente, através de uma metodologia molecular sensível (PCR quantitativa em tempo real, qPCR). Vinte e sete camuindongos C57Bl/6, sete semanas de idade, foram inoculados com 5 x 108 ufc de SE fagotipo 1 por via intragástrica. Nos intervalos de 12 horas, 24 h, 48 h, 72 h, 96 h, 120 h, 10 dias, 15 d e 28 d pós inoculação (PI), três animais em cada tempo foram sacrificados e foram coletados assepticamente o sangue, baço, fígado, porções do duodeno, jejuno, íleo e ceco, além de fezes e conteúdo intestinal da porção íleo-cecal para a quantificação de SE através da qPCR (PlexorTM System, Promega) utilizando par de primers específicos para a detecção do gene Sdf I (espécie-específico para SE). Como controle, um animal em cada tempo distinto PI foi inoculado com igual volume de água. Durante o período do estudo nenhuma sintomatologia clínica foi observada, conforme o esperado, entretanto, três diferentes estágios no ciclo de infecção de SE foram estabelecidos. Um estágio inicial (12 - 48 h PI) no qual SE estava presente tanto extracelular (fezes e conteúdo íleo-cecal) quanto intratracelular nos intestinos (principalmente ceco). Um estágio intermediário (48 - 120 h PI) foi caracterizado por um período totalmente intracelular no qual ocorreu o sequestro de SE pelas células do sistema retículo endotelial (SRE) e permanência intracelular no íleo e ceco. Por último, um estágio de eliminação intermitente (10 - 28 d PI), caracterizado pela eliminação de elevados títulos de SE pelas fezes e conteúdo íleo-cecal em 10 d e 28 d PI (7,6 x 106 cópias e 4,0 x 105 cópias / mg DNA, respectivamente), além de estar presente também intracelular no intestino (principalmente ceco) e células do SRE, nestes dois tempos PI. No entanto, em 15 d PI não ocorreu eliminação de SE pelas fezes, estando presente somente intracelular nas células do SRE neste momento (9 x 103 cópias / mg DNA). Portanto, foi caracterizando a eliminação intermitente, comum em portadores assintomáticos. Estes resultados são relevantes para a compreensão do ciclo de vida de SE em animais resistentes, podendo auxiliar em estratégias futuras para o controle das salmoneloses em criações animais onde a existência de portadores assintomáticos constitui um risco para a saúde pública. Apoio: FAPESB.


Palavras-chave:  portador assintomático, qPCR, salmonelose, saúde pública, SE PT1