25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:822-1


Área: Microbiologia Geral e Meio Ambiente ( Divisão L )

EFEITO DA TEMPERATURA NA ATIVIDADE DAS ENZIMAS CELULASE, XILANASE, LACASE E MANGANÊS PEROXIDASE PRODUZIDAS POR FUNGOS CAUSADORES DA PODRIDÃO BRANCA

Wanessa Altimiras Costa (FUNGITEC); Cláudia Braga Pereira Bento (UFV); Aparecida de Oliveira Ferraz (FUNGITEC); Akihiko Manabe (FUNGITEC); Maria Catarina Megumi Kasuya (UFV); Hilário Cuquetto Mantovani (UFV)

Resumo

Os fungos da podridão branca possuem como característica a capacidade de degradar enzimaticamente os polissacarídeos estruturais da parede celular vegetal, lignina, celulose e hemicelulose. Tais enzimas são de interesse em muitas atividades industriais, principalmente na degradação de resíduos agroindustriais. O objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito da temperatura nas atividades das enzimas celulase, xilanase, lacase e manganês peroxidase (MnP) produzidas pelos fungos Pleurotus ostreatus, Lentinula edodes, Pleurotus eryngii, Pycnoporus sanguineus, Trametes sp. e Ganoderma sp., após 90 dias de incubação a temperatura ambiente em torta de pinhão-manso (Jatropha curcas). O extrato enzimático foi preparado a partir de 10 g do substrato em 25 mL de tampão citrato de sódio (50 mM e pH 4,8) e centrifugado a 150 rpm por 30 minutos. O centrifugado foi filtrado e utilizado para as análises enzimáticas. As temperaturas avaliadas na determinação de celulase e xilanase foram 40, 50 e 55 ºC e na de lacase e MnP foram 25, 37 e 40 ºC. As atividades das enzimas celulase e xilanase foram determinadas conforme descrito por Mandels et al. (1976) e por Bailey et al. (1992), respectivamente. A atividade das enzimas lacase e MnP foram realizadas conforme descrito por Buswell et al. (1995) e Kuwahara et al. (1984), respectivamente. O fungo Ganoderma sp. apresentou melhor atividade celulolítica dentre os fungos testados, sendo a maior atividade obtida à temperatura de 40 ºC (308,62 µM de glicose/min/mL de extrato enzimático), enquanto na literatura a temperatura ótima é de 50 ºC. Os fungos Pycnoporus sanguineus e Ganoderma sp. apresentaram os melhores resultados para xilanase, com atividade maior na temperatura de 50 ºC, a qual está de acordo com a literatura. Trametes sp. não apresentou atividade de lacase, enquanto Pleurotus ostreatus e Ganoderma sp. não apresentaram atividade de MnP. A melhor atividade de MnP foi obtida por Pleurotus eryngii a 25 ºC. Para a lacase, a melhor temperatura de atividade enzimática para todos os fungos testados foi de 25 ºC, o que diverge do descrito na literatura que indica a temperatura de 37 ºC como ótima. Conclui-se que diferentes gêneros de fungos da podridão branca cultivados em torta de pinhão-manso apresentam atividade máxima das enzimas celulase, lacase e manganês peroxidase em temperaturas menores da recomendada na literatura.

 

Apoio financeiro: FAPEMIG e CNPq    


Palavras-chave:  celulase, fungos da podridão branca, lacase, manganês peroxidase, xilanase