25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:821-2


Área: Imunologia ( Divisão E )

AVALIAÇÃO COMPORTAMENTAL E NÍVEIS DE BDNF HIPOCAMPAL EM CAMUNDONGOS SOBREVIVENTES À MALÁRIA CEREBRAL

João Quevedo (UNESC); Tatiana Barichello (UNESC); Clarissa M. Comim (UNESC); Fernanda V. Hermani (UNESC); Leandra C Constantino (UNESC); Felipe Dal-pizzol (UNESC); Flávio Kapczinski (UFRGS); Patrícia A Reis (FIOCRUZ); Valber S. Frutuoso (FIOCRUZ); Hugo C. C. Faria Neto (FIOCRUZ)

Resumo

Introdução: Malária é uma doença parasitária, causando 2-3 milhões de mortes por ano. A Malária Cerebral (CM) é uma complicação neurológica grave da infecção com Plasmodium falciparum sendo a maior causa de encefalopatia aguda não traumática nos países tropicais. Com isso objetivou-se avaliar a memória e os níveis de BDNF hipocampais em camundongos sobreviventes a CM. Metodologia: Camundongos machos C57BL/6 e BALB/c (n=10 por grupo) foram infectados com 200μL de eritrócitos parasitados com plasmodium berghei Anka (106) e após 6 dias, tratados (200μL de cloroquina, 25 mg/kg) durante 7 dias. Como controle, um grupo não parasitado (106 eritrócitos não infectados) foram tratados com a mesma dose da droga e outro grupo com salina. Após 15 dias, os animais foram submetidos ao teste de habituação ao campo aberto, esquiva inibitória e reconhecimento de objetos. Mediana (intervalo interquartil) e Mann–Whitney e Wilcoxon (esquiva inibitória) e Média (Erro da média) Anova-Tukey (habituação ao campo aberto e reconhecimento de objetos) foram utilizados na análise estatística, considerado p<0,05. Discussão dos resultados: Foi observado déficit na memória aversiva, memória de habituação e de reconhecimento de objetos nos animais C57BL/6 infectados e tratados com cloroquina em comparação com os não infectados tratados com cloroquina ou salina. Em camundongos BALB/c não foi observado déficit na memória aversiva memória de habituação e de reconhecimento de objetos nos infectados e tratados com cloroquina em comparação com os não infectados tratados com cloroquina ou salina. Nos níveis de BDNF hipocampais, foi observado uma redução dos níveis nos animais C57BL/6 infectados e tratados com cloroquina em comparação com os não infectados tratados com cloroquina ou salina. Em camundongos BALB/c não foi observado alterações nos infectados e tratados com cloroquina em comparação com os não infectados tratados com cloroquina ou salina. Conclusão: Os déficits demonstrados são semelhantes às alterações cognitivas observada em pacientes sobreviventes à CM e a diminuição dos níveis de BDNF hipocampais pode estar contribuindo para os déficits cognitivos. Desta forma, acreditamos que o modelo animal de malária cerebral ajudará a investigar os mecanismos biológicos envolvidos nos déficits cognitivos e possíveis terapias para preveni-la.


Palavras-chave:  Cérebro, Malária Cerebral, BDNF, Hipocampo, Memória