25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:801-2


Área: Fermentação e Biotecnologia ( Divisão J )

IDENTIFICAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIBACTERIANA DO VENENO DE BOTHROPS MOOJENI (HOGE, 1966) (SERPENTES, VIPERIDAE)

Daniela Braz dos Santos (UCG); Silvio José de Queiroz (UCG); Laís Lima de Paula (UCG); Elaine Rocha Vieira (UCG); Marta Regina Magalhães (UCG); Ana Cristina Gales (UNIFESP); José Rodrigues do Carmo Filho (UCG)

Resumo

A resistência bacteriana aos antibióticos disponíveis comercialmente tornou-se um problema de interesse mundial uma vez que a disponibilidade de novas drogas antimicrobianas ativas contra bactérias multirresistentes reduziu drasticamente. Peptídeos antimicrobianos têm sido estudados por décadas, e estão envolvidos na resposta imune inata, sendo considerados como a primeira linha de defesa e são considerados uma promissora alternativa contra o crescente número de bactérias resistentes aos antibióticos atuais. Entretanto, estudos indicam a presença de proteínas no veneno de serpentes com atividade antibacteriana, destacando-se a L-aminoácido oxidase e a fosfolipase. Os diversos componentes dos venenos ofídicos têm sido estudados com o objetivo de se produzir novas drogas contra vários tipos de doenças, como por exemplo, analgésicos, anticoagulantes, antifúngicos, antibacterianos, antitumoral e antiviral. “In vitro, a L-aminoácido oxidase de Bothrops moojeni, provoca a morte em diferentes espécies de Leishmania sp., podendo assim atuar como agente terapêutico contra leishmaniose e também outras infestações intracelulares provocadas por parasitas. Os microrganismos utilizados foram obtidos da “American Type Culture Collection” e do Banco de Microrganismos do Laboratório de Microbiologia Clínica e Ambiental da Universidade Católica de Goiás. O veneno bruto de B. moojeni foi submetido a uma cromatografia de exclusão molecular em coluna Sephadex G75. Foram realizados ensaios enzimáticos para identificar as protéinas L-aminoácido oxidase e fosfolipase. As análises estatísticas foram realizadas utilizando-se o programa Instat, versão 1.0. Neste estudo identificou-se que o veneno de bruto de B. moojeni possui atividade contra bactérias Gram-positivas (Staphylococcus aureus) e Gram-negativas não fermentadoras (Proteus mirabilis, Pseudomonas aeruginosa, Klebsiella pneumoniae e Escherichia coli). O perfil de suscetibilidade das bactérias testadas foi: P. mirabilis > S. aureus > A. baumanii > P. aeruginosa > K. pneumoniae > E. coli > Enterococcus faecalis > Haemophilus influenzae. Entretanto os ensaios antibacterianos das frações sugeriram que apenas as frações correspondentes a L-aminoácido oxidase, demonstraram atividade antibacteriana, sendo assim, são necessários outros passos cromatográficos para a purificação e sequenciamento desta possível molécula com potencial antibacteriano.


Palavras-chave:  Bactérias, Peçonha, Cromatografia, L-aminoácido oxidase, Serpente