PSEUDOMONAS AERUGINOSA: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPOCA E TIPAGEM MOLECULAR DE AMOSTRAS ISOLADAS DE PACIENTES COM INFECÇÃO ADQUIRIDA NO AMBIENTE HOSPITALAR.

Rodrigo Alves de Oliveira (UCG); Daniela Braz dos Santos (UCG); Edlaine Rodrigues Montalvão (UCG); Ana Cristina Gales (UNIFESP); Fabiana Cristina Pimenta (UFG); José Rodrigues do Carmo Filho (UCG)

A emergência de espécies de bactérias gram-negativas com resistência a vários b-lactâmicos de espectro ampliado tornou-se um problema clínico mundial. O aumento da prevalência da resistência bacteriana merece destaque por limitar as opções terapêuticas. As amostras coletadas foram reidentificadas e analisadas quanto à produção de metalo-b-lactamase (MBL), por testes fenotípicos, com a utilização dos inibidores de enzima; ácido etilienodiaminotetracético (EDTA) e ácido 2-mercapto-propriônico (2-MPA), utilizando-se a técnica de disco de aproximação. As amostras triadas foram confirmadas pela técnica do Etest® MBL. Para triagem molecular foram utilizadas a reação de cadeia em polimerase (PCR) e a eletroforese em campo pulsado (PFGE). Testes estatísticos foram aplicados para comparação de resultados entre os hospitais e os antimicrobianos. A maioria dos isolados de Pseudomonas aeruginosa foram obtidas do trato urinário (32,4%), sangue (23,9%), secreção de ferida operatória (8,5%) e trato respiratório inferior (5,6%). As amostras apresentaram os seguintes padrões de susceptibilidade: Polimixina B (95,8%) > Meropenem (81,7%) > Imipenem (76,5%) > Cefepima (71,8%) > Aztreonam (70,4%) e Tobramicina (69,0%) > Ceftazidima (66,2%) e Ciprofloxacina (66,2%) > Amicacina (63,8%) e Piperacilina/Tazobactam (64,8%) > Levofloxacina (63,4%) > Piperacilina (63,4). Resultados obtidos de testes fenotípicos indicaram que 12,7% das amostras, produziam MBL e entre os inibidores utilizados, o EDTA mostrou-se mais efetivo que o 2-MPA. Das nove amostras detectadas fenotipicamente pela metodologia de disco de aproximação, seis foram confirmadas pela técnica do Etest® MBL e todas eram portadoras do gene bla_spm-1 e pertenciam a um mesmo clone disseminado entre a clínica médica e UTI em um dos hospitais. Testes estatísticos demonstraram que: as taxas de sensibilidade aos antimicrobianos entre os hospitais A e B foram iguais e houve diminuição da sensibilidade às outras classes de antimicrobianos quando as amostras apresentaram sensibilidade reduzida ao Imipenem/Meropenem. Os antimicrobianos com maior atividade sobre Pseudomonas aeruginosa foram Polimixina B, Meropenem, Imipenem e Cefepima. A prevalência de Pseudomonas aeruginosa produtoras de MBL nos hospitais analisados em Goiânia, no período de janeiro de 2005 a maio de 2006, foi de 8,4%. Destas 100% são portadoras do gene bla_spm-1. Para momento analisado, das seis amostras de Pseudomonas aeruginosas portadoras do gene bla_spm-1, identificadas pelo PCR, apenas cinco foram tipadas molecularmente por PFGE o qual revelou que essas amostras são pertencentes a um único clone.