25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:790-2


Área: Virologia ( Divisão P )

DESENVOLVIMENTO DE UMA VACINA EXPERIMENTAL CONTRA DENGUE VIRUS 3 UTILIZANDO A TECNOLOGIA DOS NANOTUBOS DE CARBONO

Ruiz Gerhardt Astigarraga (UFMG); Leonardo Rodrigues (UFMG); João Rodrigues dos Santos (UFMG); Erna Geessien Kroon (UFMG); Ary Correa Junior (UFMG); Ado Jorio (UFMG); Flávio Guimarães da Fonseca (UFMG)

Resumo

A Dengue é a doença infecciosa de maior impacto epidemiológico no Brasil e, cada vez mais, aumenta-se a necessidade de investimento em pesquisas envolvendo esse vírus. Um dos desafios do desenvolvimento de uma vacina contra o Dengue virus (DENV) é a necessidade da imunização ser eficaz para os 4 sorotipos, pois uma segunda infecção com um sorotipo diferente pode levar a casos hemorrágicos, fato conhecido como intensificação dependente de anticorpos (ADE). Vários estudos estão sendo feitos em busca de uma vacina polivalente eficiente para todos os sorotipos, porém nenhuma delas está disponível atualmente. No nosso estudo, utilizamos a tecnologia dos Nanotubos de Carbono para construção de uma ferramenta que será testada na imunização contra o DENV. Nanotubos possuem diversas aplicações devido às suas propriedades únicas, além de ser biocompatível e possuir alta relação superfície/volume. Dentre as aplicações na área biológica pode-se citar o transporte e disponibilização de drogas, proteínas e genes em células, e também a apresentação de biomoléculas em sistemas biológicos. A funcionalização de Nanotubos com peptídeos tem potencial vacinal, sendo verificado em estudos de febre aftosa e malária. Sabe-se que a proteína do envelope (E) do vírus é imunodominante, sendo gerada uma resposta imune protetora e vitalícia para o mesmo sorotipo do vírus, através da produção de anticorpos neutralizantes. O gene da proteína E de Dengue virus 3 (DENV3E) foi inserido no vetor pQE9 para expressão em E.coli linhagem M-15. Em seguida, a proteína foi purificada e utilizada para a ligação em Nanotubos de Carbono de Parede Múltipla (MWNT), em uma proporção de 3:1. Esse processo é chamado funcionalização e consiste em ciclos de sonicação em gelo de uma solução contendo a proteína e os MWNT, e a ligação foi verificada através de espectroscopia Raman. A ferramenta MWNT-DENV3E será utilizada para avaliar a geração de anticorpos neutralizantes em camundongos inoculados com o conjugado, além de avaliar o nível de proteção após desafio com cepas neuroadaptadas de DENV3, dessa forma sendo um potencial candidato vacinal contra esse vírus. Em caso de resposta satisfatória, pretendemos funcionalizar MWNT com proteínas E dos outros sorotipos a fim de construir uma vacina polivalente. Apoio financeiro: CAPES, FAPEMIG


Palavras-chave:  dengue, vacina, nanotubos, virus, nanotecnologia