25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:775-2


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

CARACTERIZAÇÃO FENOTIPICA E GENOTIPICA DE ENTEROCOCOS VANCOMICINA RESISTENTES E DETERMINAÇÃO DA SUA SENSIBILIDADE À DAPTOMICINA

Leila Priscilla Pinheiro da Silva (hcfmrp); Leonardo Neves de Andrade (fcfrp); Mirley Maria Frontaroli (hcfmrp); Vanessa Maciel Braulio da Fonseca (hcfmrp); Marco Antonio Evaristo (hcfmrp); Izabel Cristina Vanzato Palazzo (fcfrp); Ana Lucia da Costa Darini (fcfrp); Roberto Martinez (hcfmrp)

Resumo

Introdução: Os enterococos, particularmente Enterococcus faecium e E. faecalis, têm emergido como organismos de crescente importância clínica, devido a disseminação de cepas multidroga resistentes (MDR). O isolamento de enterococos vancomicina resistentes (VRE) tem sido continuamente reportado em diversas localizações geográficas. A daptomicina é um lipopeptídeo cíclico que possui potente atividade bactericida in vitro e in vivo contra bactérias Gram-positivas MDR. Cepas hospitalares de VRE tiveram avaliado in vitro sua sensibilidade ao antibiótico em meio BHI ágar (BHIA) (OXOID) e em meio Mueller Hinton (MH) (OXOID) pelo método de Etest (ABBIODISK). Foi realizada a reação da polimerase em cadeia (PCR) para determinação da espécie do enterococo como também para a pesquisa de genes van A e van B nas cepas em estudo.Materiais e Métodos: Os VRE estudados (n=22) foram isolados entre setembro de 2008 a junho de 2009 de pacientes do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP) que apresentavam infecção (n=4) ou colonizados (isolamento por swab retal, n=18). A resistência à vancomicina foi verificada por microdiluição em caldo (vitek 2®) e confirmada com Etest. A sensibilidade à daptomicina foi feita por Etest (ABBIODISK) em Agar BHI (BHIA) (segundo instruções do fabricante) e em Mueller Hinton (MH) (CLSI, 2009). A técnica de PCR, utilizando primers específicos, foi usada para identificar espécies de enterococos e pesquisar os genes van A e van B.Resultados e Discussão: Dos 22 VRE analisados, 13,64% (n=3) eram E. gallinarum, 4,54% (n=1) E. faecalis e 81,82% (n=18) E. faecium. A CIM da daptomicina em meio BHIA, variou de 2 a 4 µg/mL, apresentando CIM 90 de 4 µg/mL (valor de referência (VR) ≤4 sensível,CLSI,2009), portanto, mostrando que 100% das amostras eram sensíveis à daptomicina. A CIM para daptomicina em meio MH variou de 0,5 a 2 µg/mL, apresentando CIM 90 de 2µg/mL, mostrando que apesar da daptomicina ter se mostrado sensível a 100% das cepas em ambos os meios, porém, as CIMs apresentaram menores valores em meio MH. Dentre os E. faecium estudados 100% apresentaram CIM para vancomicina >256 µg/mL (VR ≤4 sensível,CLSI,2009) pelo método de Etest. Houve 95,45% (n=21) de concordância entre a identificação por PCR e o sistema de automação Vitek 2®. Dentre os E. faecium estudados, 94,44% (n=17) apresentaram a presença do gene van A,como também a única cepa de E. faecalis, justificando a resistência à vancomicina.Conclusão: A daptomicina mostrou eficácia in vitro contra todos VRE. Os valores maiores de CIM em BHIA alertaram quanto ao risco de obter falsa não susceptibilidade com este meio. A presença do gene van A esclarece a resistência à vancomicina.


Palavras-chave:  vre, daptomicina, gene vana e vanb