Infecções sistêmicas por Candida spp. são controladas com anfotericina B, azólicos, especificamente fluconazol, e caspofungina. Em conseqüência da toxicidade da anfotericina B e da resistência crescente aos azólicos, em particular das espécies não albicans, a caspofungina vem ganhando importância como opção terapêutica, contudo já existe relatos de resistência. O objetivo deste trabalho foi avaliar a suscetibilidade de Candida spp. à caspofungina em método adaptado de diluição em ágar e a manutenção da suscetibilidade em cultura prolongada.

Materiais e Métodos

Foram avaliadas amostras isoladas de sangue e outros materiais de pacientes do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto – USP, no período de  a 20/04/2009 a 30/07/2009

C.albicans (n=11), C.tropicalis (n=5), C.parapsilosis (n=5) e C.glabrata (n=5). Caspofungina foi diluída em ágar sabouraud obtendo as concentrações entre 0,03 a 4,0µg/mL. O inóculo foi padronizado em turbidímetro(  10³ a 10ƽ UFC/mL) e semeado em placas mantidos a 25º. As unidades formadoras de colônia (UFC) foram quantificadas no 3º e 7º dia, determinando-se a Concentração Inibitória Mínima (CIM) pelo critério de ≥80% de inibição em relação ao controle.

Resultados

As CIM variaram de 0,06 a ≥4,0µg/mL, sendo a CIM90 = 2,0 no 3º dia e ˃4,0µg/mL no 7º dia, em razão de ter ocorrido crescimento adicional e aumento da CIM em 17/26 amostras. C.glabrata (CIM50 = 0,06) e C.parapsilosis (CIM50 = 0,25) mostraram maior susceptibilidade no 7º dia do que C.albicans (CIM50 = 4,0) e C.tropicalis (CIM50 =2,0µg/mL)

Conclusão

Foram detectadas amostras menos suscetíveis a caspofungina (2 C.albicans e 1 C.tropicalis) na determinação inicial o que se ampliou no prolongamento da exposição ao antifúngico. C.glabrata mostrou sensibilidade mais estável à caspofungina.