25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:768-1


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

DOENÇA PERINATAL ASSOCIADA AO STREPTOCOCCUS AGALACTIAE: ASPECTOS MICROBIOLÓGICOS, DIAGNÓSTICO E PREVENÇÃO

Ronaldo Rodrigues Sarmento (UNIUBE); Letícia Montes (UNIUBE); Jacqueline Batista Sousa (UNIUBE); Keila Cristina dos Santos (UNIUBE); Fernando Ferreira Cunha (UNIUBE); Ana Carolina Bernardes Dulgheroff (UFTM); Isabel Cristina Rezende Lopes (UNIUBE); Francielly Resende Fortunato (JF)

Resumo

Durante a gestação o desequilíbrio da microbiota vaginal favorece a colonização por microrganismos patogênicos, um deles é o estreptococo do grupo B (EGB). Na gestante a colonização por EGB pode causar infecções do trato urinário, amnionite e endometrite, também é causa freqüente de meningite, pneumonia e sepse em neonatos, sendo mais comum que outras doenças conhecidas, como rubéola e sífilis. O principal acesso do patógeno é através do líquido amniótico. Essa colonização pode oscilar de acordo com fatores sócio-ambientais como a localização geográfica, grupo racial, idade, nível sócio econômico, hábitos culturais e idade materna. A coleta dupla, anorretal/vaginal é importante, pois aumenta consideravelmente a taxa de prevalência da colonização pelo EGB. O objetivo deste trabalho foi determinar a freqüência de positividade das amostras analisadas e compará-las aos resultados divulgados nas publicações atuais. Este estudo foi realizado através de consulta do banco de dados do Instituto de Patologia Drº Jorge Furtado de Uberaba, onde foram compilados resultados de 220 pacientes que efetuaram a triagem de EGB anorretal/vaginal no período de janeiro de 2005 a junho de 2009, revelando taxas de colonização de 15% e 20,5% respectivamente. A prevalência de colonização pelo EGB em gestantes encontrado está de acordo com outros estudos brasileiros. A identificação é realizada através de aspectos característicos da colônia, além de provas como Bile-esculina, NaCl 6,5%, teste de CAMP e confirmadas através de teste de sorogrupagem (látex). Nos Estados Unidos, a estratégia preventiva adotada recomenda a pesquisa de EGB em todas as gestantes após a 30ª semana e o uso de antibiótico profilático apenas em gestantes que apresentem fatores de risco como rotura prematura de membrana e febre. Esta estratégia resultou no decréscimo de aproximadamente 70% dos casos de doença estreptocócica de início precoce em recém-nascidos, além de minimizar os casos de resistência bacteriana. No Brasil, o EGB ainda não é devidamente valorizado na etiologia de infecções em neonatos, apesar da gravidade da infecção e de a mesma ser passível de benefícios profiláticos. Por esse motivo, é importante que a comunidade científica desenvolva estudos para que se desenvolvam políticas públicas, estratégias de prevenção e diagnóstico precoce através do pré-natal.



Palavras-chave:  Colonização, Gestante, Recém-nascido, Streptococcus agalactiae