25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:766-1


Área: Microbiologia de Alimentos ( Divisão K )

AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA IN VITRO DE EMBALAGEM ATIVA INCORPORADA COM PRODUTO À BASE DE TRICLOSAN

Geany Peruch Camilloto (UFV); Nilda de Fátima Ferreira Soares (UFV); Nélio José Andrade (UFV); Miriam Fontes Araújo Silveira (UFG); Miriane Maria Sousa (UFV)

Resumo

O desenvolvimento de filmes antimicrobianos para alimentos tornou-se uma tendência mundial nas últimas décadas. Os objetivos deste trabalho foram desenvolver filmes antimicrobianos de polietileno de baixa densidade incorporados com produto à base de triclosan, avaliar a eficiência antimicrobiana dos filmes in vitro sobre Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Salmonella choleraesuis, Pseudomonas aeruginosa e Listeria innocua, determinar a concentração mínima inibitória do antimicrobiano sobre os mesmos microrganismos e verificar a capacidade destes desenvolverem mecanismos de resistência. Os filmes foram produzidos por meio da extrusão de uma mistura de polietileno de baixa densidade (85%) com polietileno de alta densidade com alta capacidade de absorção (15%), previamente incorporada com 1%, 2% e 3% de antimicrobiano. Foi produzido também um filme controle sem antimicrobiano. A atividade antimicrobiana dos filmes in vitro foi avaliada por meio do método de difusão em ágar. A concentração mínima inibitória do produto à base de triclosan foi determinada utilizando-se o método de macrodiluição em caldo, avaliando-se a capacidade dos microrganismos desenvolverem mecanismos de resistência após sucessivas exposições ao antimicrobiano. Observou-se o efeito antimicrobiano (p<0,05) dos filmes antimicrobianos na formação de halos de inibição para E. coli e S. aureus. Os diâmetros médios dos halos de inibição, formandos pelos filmes com 0%, 1%, 2% e 3% de triclosan, foram de 0 cm; 2,50 cm; 3,18 cm e 3,53 cm para E. coli, e de 0 cm; 2,57 cm; 3,00 cm e 3,25 cm para S. aureus, respectivamente. Não houve formação de halo de inibição para L. innocua, S. choleraesuis e P. aeruginosa. E. coli e S. aureus desenvolveram mecanismos de resistência após sucessivas exposições subletais ao triclosan. A concentração mínima inibitória de triclosan aumentou de 0,125 para 16 µg.mL-1 após sete exposições, enquanto que para E. coli aumentou de 0,25 para 16 µg.mL-1, após quatro exposições. Para P. aeruginosa, S. choleraesuis e L. innocua, a concentração mínima inibitória de triclosan ultrapassou a série de diluições do antimicrobiano preparada, sendo, portanto, maior que 16 µg.mL-1. Os filmes antimicrobianos apresentam potencial para serem aplicados como embalagens ativas para alimentos, o que pode auxiliar na garantia da segurança alimentar. Agradecimentos: Capes, CNPq e Fapemig.


Palavras-chave:  embalagem ativa, triclosan, microrganismo patogênico